A liberdade de crença é um direito assegurado na Constituição Federal que necessita urgentemente de validade prática. Ainda que intolerância religiosa seja considerada um crime de ódio, ela continua acontecendo no Brasil e são as religiões de matrizes africanas que mais sofrem perseguição.
Se não fosse a bravura e resistência das sacerdotisas e sacerdotes, os Povos de Terreiro já teriam sido sepultados pelo racismo. No dia 21 de Janeiro comemora-se o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi oficializada em 2007 para rememorar o dia do falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum (BA), vítima de intolerância por ser praticante de religião de matriz africana. A sacerdotisa foi acusada de charlatanismo, sua casa foi atacada e pessoas da comunidade foram agredidas. Aproveitando a data para estimular o respeito, tolerância e o diálogo inter-religioso, o Ilabantu (Instituto Latino Americano de Tradições Afro Bantu) promove o seminário “Tradições Africanas e Racismo”. Com o apoio do mandato do vereador Toninho Vespoli (PSOL), as rodas de conversa serão relizadas no Sindicato dos Metroviários, na rua Serra do Japi, 31 – Metrô Tatuapé, com início previsto às 10h. Mam`etu Luijidi, a carismática Mãe Ofa, (Kupapa Nsaba/RJ), Mam`etu Oyajidê – Pulqueria Albuquerque, Terreiro de Candomblé Santa Barbara (Manaundê), Dote José Almir, advogado criminalista e membro integrante do Terreiro do Bogun (Salvador, Bahia), o historiador e tradicionalista congolês Samba Tomba, professor e especialista em línguas bantu, o baiano Niyi Tokunbo Mon’a-Nzambi, o cientista social Deivison Nkosi, do Grupo Kilombagem, Anselmo Bara Sejy Esu Abyy, o doutorando pela Duke University (EUA), Damien-Adia Marassa, o veterano Oga Sapopemba de Xangô, cantor, compositor, sambista e Tata Kambandu Hoji Lulendo(Yvison Pessoa – Casca), entre outras lideranças de religiões de matrizes africanas estarão no seminário “Tradições Africanas e Racismo” no próximo sábado, dia 21 de janeiro, a partir das 9h00, no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a rua Serra do Japi, 31, metrô Tatuapé. O evento, uma parceria com o mandato popular do vereador paulista Toninho Véspoli, do PSOL, busca discutir a liberdade de crença como um direito sagrado e assegurado na Constituição Federal que necessita urgentemente de validade prática. Ainda que intolerância religiosa seja considerada um crime de ódio, ela continua acontecendo no Brasil e são as religiões de matrizes africanas são as que mais sofrem com frequência perseguições. O encontro idealizado pelo ILABANTU/Nzo Tumbansi será desenvolvido no formato de roda de conversas com falas de autoridades tradicionais (religiosas de matrizes africanas) na direção de busca por garantia de diretos e respeito, na presença de representantes da comunidade acadêmica (intelectuais) da área do direito. O evento promete ser animado com intervenção do Samba de Roda sob a responsabilidade do Grupo Limão Rosa, liderado pelo Mestre Limãozinho e Professora Rose; e outras apresentações. SEMINÁRIO TRADIÇÕES AFRICANAS E RACISMO10h00: Abertura Tradicional/ Saudação aos ancestrais Coordenação: Tata Nkisi Katuvanjesi – Walmir Damasceno – Coordenador nacional do ILABANTU 10h30: O poder legislativo e as ações politicas Participação: Vereador Toninho Véspoli e Roberto de Oliveira – Chefe de Gabinete da Deputada Leci Brandão 11h00: Roda de Samba com Grupo Limão Rosa – sob coordenação do Mestre Limãozinho e Professora Rose 11h30: Debate: Tradição, Experiência, Saberes e Viveres Ancestrais Coordenador: Davison Nkosi – Cientista Social e do Grupo Kilombagem Participação: Mam`etu Luijidi, Mãe Ofa, (Kupapa Nsaba/RJ); Ìyà Wanda d`Òsun – Ilé Ìyà Mi Òsun Muiywa e Afoxé Ile Omo Dada; Niyi Tokunbo Mon’a-Nzambi, especialista em línguas africanas; Congolês Samba Tomba, especialista em história da tradição bantu-kongo; Baba Mario Filho Oníwindé Ifáṣọlá Ifárinú Olu – (Major da PM); 12h30: Almoço 14h30: Intervenção Cultural: Banda Mbeji – sob coordenação da Musicista e antropóloga Ariane Molina 15h00: Debate: Garantia de Direitos, Respeito e Combate ao Racismo Coordenação: Liliane Braga – Maganza Ndembwemin Participação: Haydée Paixão (Advogada) ativista do movimento negro e de povos de terreiros; Dote José Almir, advogado criminalista e membro integrante do Terreiro do Bogun (Salvador, Bahia); Tata Nkisi Mutadiamy – Mauricio F Santos – Inzo Mutaloombô/SP Damien-Adia Marassa, doutorando da Duke University(EUA); Baba Anselmo Bara Sejy Esu Abyy 16h30: Intervenção Cultural: Cultura dos Tambores 17h30: Encerramento Contamos com a presença de todos! Mais informações na página do evento no Facebook |