Lideranças de tradições bantu se mobilizam para receber Sindika Dokolo em São Paulo

Reunião na sede do Instituto Latino Americano de Tradições Bantu (ILABANTU) na tarde de quarta-feira (19/7), entre os Tata Taua (Bate Folha/Cobantu) e Katuvanjesi (Nzo Tumbansi/Ilabantu), definiu a realização da terceira edição do Encontro de Angoleiros, que discutirá a revalorização da incomensurável presença dos bantu no Brasil. O evento será dia 12 de outubro próximo, das 9h00 às 20h00, na sede do ILABANTU, a Rodovia Armando Salles, 5205, Recreio Campestre, em Itapecerica da Serra, cidade localizada na zona sul da Grande São Paulo.

Taata Katuvanjesi e Taata Tauá em reunião na sede do Ilabantu

O Encontro, um projeto da Cobantu, dirigida pelo expoente da tradição Congo Angola, Tata Taua, terá como enfoque principal: “O Candomblé de Angola e a Pós Modernidade”, cultura tradicional repensada e recriada pelos Bantu em território brasileiro, a atividade conta com a parceria do Instituto Mwana Zambe, dirigido pelo Tata Mutadiamy, professor Mauricio F. Santos; Associação de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana Katina da Silva, coordenada pelo pai Jeferson de Nkosi; Associação de Tradição e Cultura Nzo Jindanji Lunda Kioko (Belo Horizonte/MG), e apoio do Consulado Geral de Angola em São Paulo, Prefeitura Municipal de Itapecerica da Serra através das Secretarias de Governo, Ciência e Tecnologia; Inclusão e Desenvolvimento Social.

Isabel dos Santos e Sindika Dokolo

A participação do público será gratuita e a programação inclui apresentações de grupos de Capoeira, Makulelê, Jongo, Samba de Roda, com a finalidade de homenagear o mais cortejado colecionador de arte africana contemporânea, Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, mulher mais rica da África e filha do presidente angolano José Eduardo dos Santos. Rico de nascimento – o pai, Augusto Dokolo, criou o primeiro banco fundado por um africano -, Sindika (que em língua kikongo quer dizer “o enviado”) tem participações em empresas de cimento, telecomunicações, petróleo e minas de diamantes e é dono da maior coleção de arte contemporânea africana, com mais de três mil peças. O empresário e colecionador de arte contemporânea africana, em comunicado encaminhado ao Tata Katuvanjesi, confirmou oficialmente a sua viagem ao Brasil para visitar a sede do ILABANTU que acolhe também o Nzo Tumbansi Tua Nzambi Ngana Kavungu, terreiro de candomblé de feição bantu-kongo.

Além do Congolês-Angolano, Sindika Dokolo, o evento terá a participação de Marita Silva, diretora da Fundação Sindika Dokolo, a mais importante instituição angolana de fomento à arte, fundada pelo empresário; a angolana Judith Luacute, diretora de relações institucionais do ILABANTU para Angola e África central; o congolês Samba Tomba, historiador, linguista bantu-kongo, graduado em Antropologia e pós-graduando em Ciências Sociais, dentre outros.

Celebração tradicional será conduzida pela Nengwa Nkisi Lankiana de Nkosi, do tradicional Terreiro Manzu Kokuazenza, de Salvador

Durante o Encontro, haverá um momento de celebração a Ancestralidade bantu brasileira que será conduzida pela Nengwa kwa Nkisi Lankiana de Nkosi, matriarca do tradicional terreiro Mansu Dandalunda Cocuazenza, de Salvador, acompanhada da makota Patrícia Pinheiro, coordenadora do ILABANTU na Bahia. Do Rio de Janeiro, Mam`etu Auiza Lundirê, Tata Nkisi Mufumbi Kitambo e Nengwa Matambenganga também confirmaram presença, bem assim a comitiva da capital mineira, Belo Horizonte, liderada pela Nengwa Nkisi Janaina Yakunan e Tata Oni de Nkosi.

Nengwa Nkisi Lankiana e Taata Nkisi Katuvanjesi

O objetivo é reunir lideranças de povos e comunidades tradicionais de matriz africana a fim de promover, valorizar e dar visibilidade à cultura bantu e sua contribuição na construção do Brasil e formação da sociedade brasileira, disse Tata Nkisi Katuvanjesi (Walmir Damasceno), assegurando que “a intenção é de que o evento seja uma prévia para o IV Encontro Internacional das Tradições Bantu” (IV Ecobantu), previsto para acontecer em Luanda, República de Angola.

Com os resultados, a organização do evento pretende produzir e divulgar CDs e DVDs sobre a cultura bantu dispersa em todo o Brasil, América do Sul e Caribe e trabalhar na elaboração do Plano de Ação para fortalecimento institucional e político dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana.

Capa de CD Tragetória, de Yvison Pessoa

O evento será encerrado com a participação do cantor, compositor e sambista Hoji Lulendo, Yvison Pessoa, com o lançamento do CD Trajetória e cantora, compositora, atriz e sambista carioca Vilma Rosa com o seu mais novo projeto É Pra Sambar.

Sambista, cantora e compositora Vilma Rosa

There are 2 comments. Add yours

  1. 21st julho 2017 | Maria Lucia says:
    O trabalho do Walmir é excelente , sempre trazendo novidades para nós descendentes de Bantu
  2. 28th julho 2017 | vilma rosa says:
    Um sonho banhado com todo amor dos Orixás e suas ancestralidades!! É PRA SAMBAR, é esperança de um mundo melhor!! É PRA SAMBAR, é inclusão social através do Samba e do AMOR!! ASÉ PRA NÓS!!