Ilabantu impulsiona projeto de intercâmbio com Angola

O ILABANTU – Instituto Latino Americano de Tradições Bantu, organização não governamental estabelecida na região da grande São Paulo, Brasil, a mais importante capital econômica da América Latina, persiste nas ações de revalorização das culturas africanas, com os olhos voltados para a Terra-Mãe (África). A informação foi dada pelo Coordenador Geral da instituição, Walmir Damasceno, ao desembarcar dia 13 último em Luanda, procedente de São Paulo, salientou que um fato considerado significativo dado o forte laço histórico que une Angola e Brasil são as culturas tradicionais mantidas e preservadas no seio do povo angolano. Damasceno que é descendente de angolanos, se encontra no país africano fazendo contatos com autoridades do Governo, empresários e membros da comunidade acadêmica intelectual.

Recebendo a benção das Bensangana
da Ilha do Cabo, as Mães do Poder Ancestral

Durante visita à capital da República de Angola, que já dura quase uma semana, tem tido encontros com especialistas do mundo acadêmico e impulsionado estes a investirem seus conhecimentos científicos e formação no sentido de contribuir na manutenção da cultura tradicional africana bantu no Brasil, como parte dos valores civilizatórios, a fim de combater estereótipos, ingredientes este, segundo o Coordenador, que tem gerado racismo e intolerância. O coordenador do ILABANTU tem se mostrado preocupado com o fato de a juventude latino-americana e em particular, do Brasil, não conhecer a cultura tradicional tão presente nas terras continental sul americana, um legado bantu angolano herdado a partir da escravidão colonial.

Visita ao Palácio de Ferro em Ingombota

Disse ser responsabilidade do ILABANTU e principalmente das autoridades tradicionais dos chamados Terreiros, espaços reconstruídos no Brasil como forma de ressignificação da vida, acolhimento e proteção, conhecidos por povos Congo-Angola, a influenciarem junto aos governos latinos americanos e em particular do Brasil para inserção no berço escolar no sentido de transmitir a estes os usos, hábitos e costumes que fazem parte da identidade dos Bantu, especialmente dos angolanos, evitando, assim, a perca destes valores na afro latino américa, região do mundo que recebeu grande contingente de africanos escravizados.

Ilha de Luanda, assistindo apresentação de Capoeira
do Grupo Abadá, liderado pelo mestre Kalema

Na capital Luanda, Walmir Damasceno traçou uma agenda de encontros com especialistas de vários setores da vida do país angolano, que para além das suas preocupações com a revalorização das culturas tradicionais dos bantu, incluiu inicialmente encontro com as Bensaganas, mulheres detentoras de poderes ancestrais da Ilha do Cabo (Ilha de Luanda). Neste encontro, as detentoras dos saberes e fazeres ancestrais saudaram e abençoaram Damasceno em língua kimbundu.

O coordenador nacional do ILABANTU, que exerce igualmente reconhecimento sobre os afro brasileiros, uma espécie de Soba naquele pais da América Latina, autoridade tradicional junto aos descendentes dos bantu no Brasil, considera positiva a visita a Angola, principalmente com os contatos que vem mantendo. “Há toda necessidade de se conhecerem esses valores que o Brasil continental preserva e mantém, e a interação com as autoridades tradicionais vai permitir conhecer melhor a presença marcante dessas culturas e sua inegável contribuição na construção e formação do Brasil”, informou.

Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil
Frederico Manuel dos Santos e Silva Cardoso

Tata Katuvanjesi incluiu na sua agenda visita oficial a secular cidade de Mbanza Kongo que recentemente foi reconhecida Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, nesta capital do Reino do Kongo, região norte de Angola. Antônio Mambote, que trabalha na Direção Provincial da Cultura, na condição de chefe de Seção Provincial de Artes e também neto biológico do Soba Grande de Mbanza Kongo, confirmou encontro do brasileiro Walmir Damasceno e o coordenador do núcleo das autoridades tradicionais de Mbanza Kongo, província do Zaire, poderoso Mfumu Mukongo (Afonso Méndes), substituto do Rei do Kongo.

Mfumu Mukongo (Afonso Méndes), substituto do Rei do Kongo

A presença de Damasceno no país africano despertou interesse da direção provincial da Cultura do Uíge e o Portal Wizi-Kongo, a organizarem Conferência sobre o Legado Africano na Construção do Brasil, que se realizará dia 20, segunda-feira.

Local onde Walmir Damasceno irá palestrar em Angola
sobre a influência Bantu na Cultura Brasileira

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  1. 19th novembro 2017 | Rejo de Matos says:
    Tem que ocorrer mais vezes é com mais pessoas!