Ministra da Igualdade Racial Nilma Lino Gomes recebeu Taata Nkisi Katuvanjesi em Brasília

SEPPIR discute articulações para visita de rei Bantu ao país

Brasilia-DF – Nesta terça-feira (17), a ministra da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, recebeu o coordenador nacional do Instituto Latino Americano de Tradições Afro Bantu (ILABANTU), Taata Nkisi Katuvanjesi – Walmir Damasceno; representantes do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-brasileira (Cenarab) e da Afrocom. Na pauta da reunião, assuntos referentes à visita do Rei do Bailundo, em Angola, Armindo Francisco Kalupeteca – Ekuikui V, prevista para ocorrer este ano.

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Será a primeira vez que um soberano Bantu vem ao país, que já recebeu as visitas dos reis dos povos Iorubás e Jêje (tronco Ewé-Fon), disse o Taata Katuvanjesi. “A SEPPIR é parceira nessas ações e o trato adequado às questões africanas e afro- brasileiras é nossa prioridade. Espera-se que o rei seja recebido conforme os protocolos, de acordo com o que a hierarquia exige”, afirmou a ministra. Além de importante para fortalecer a luta contra o racismo e ampliar a visibilidade das tradições de matriz africana, a presença do Ekuikui V amplia possibilidades de parcerias culturais e no âmbito comercial entre os dois países.

Enfrentamento ao racismo Na ocasião, o presidente do Instituto Latino Americano de Tradições Afro Bantu – Ilabantu, Walmir Damasceno (Katuvanjesi), também ressaltou a crucialidade da visita. “A sociedade vai olhar os povos tradicionais de matriz africana de maneira diferente, com respeito. A visibilidade vai contribuir na garantia de direitos, e ampliar a autoestima dos integrantes desses povos”, conclui Katuvanjesi.

Para a coordenadora nacional do Cenarab, Makota Célia Gonçalves Souza, “é inconcebível abordar políticas de enfrentamento ao racismo e à intolerância religiosa sem incluir a SEPPIR nas discussões”. Segundo ela, o órgão de igualdade racial é crucial nos diálogos estabelecidos. Makota acrescentou, ainda, que a presença do rei vai além da tradição e simbologia. “O que podemos aproveitar, o que pode ser feito da intersetorialidade proporcionada é abrangente. Ações podem ser desenvolvidas no âmbito da luta contra o racismo, na ampliação de direitos para comunidades tradicionais de matriz africana, no intercâmbio Brasil – Angola”, disse.