UNIFESP lança projeto de mapeamento de terreiros de nação angola em São Paulo

UNIFESP lança projeto de mapeamento de terreiros de nação angola em São Paulo

A Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), uma das mais importantes comunidade acadêmica do país e da américa latina, lançou oficialmente o Projeto de Mapeamento dos Terreiros de Candomblé da Nação Angola, de feição bantu. O objetivo é criar uma rede das comunidades tradicionais de matriz africana na cidade de São Paulo, por meio da elaboração de um aplicativo de coleta e de alimentação de dados em um site de georreferenciamento. O projeto já deu o primeiro passo com lançamento de forma virtual acorrido na noite de sexta-feira(11 de setembro), com a participação do vice-reitor da UNIFESP, Nelson Sáss; Raiane Assumpção, pró reitora de Extensão e Cultura; Magnus Régios Dias da Silva, pró reitor adjunto da Proec; Renata Gonçalves, coordenadora do Projeto; Debora Galvani, coordenadora de Direitos Humanos, docentes e discentes, além de participação considerável de lideranças de comunidades tradicionais de matrizes africanas e de terreiros, a exemplo do cientista social e antropólogo, Pedro Inatoby Neto; Tata Raimundo Konmannanjy, presidente da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu(ACBANTU), que congrega os Terreiros de Angola da Bahia. “É fundamental que existam pesquisas e ações, como essa, que preservem o nosso patrimônio e joguem luz sobre outras formas de cultura e religiosidade. Acredito que trabalhos como esses são capazes de diminuir a discriminação e a intolerância”, disse Sâmia Bomfim, deputada federal, autora da emenda parlamentar, decisiva para viabilizar o projeto idealizado por Tata Nkisi Katuvanjesi, do Terreiro Inzo Tumbansi e coordenador geral do ILABANTU e empreendido pela Universidade Federal de São Paulo.
O evento de lançamento da primeira fase do Projeto de Mapeamento de Terreiros de Candomblé da nação Angola na capital de São Paulo foi aberto pela professora Renata Gonçalves e Taata Nkisi Katuvanjesi (Walmir Damasceno). Em seguida, professor doutor Deivison Nkosi fez minucioso relato de construção do Projeto e destacou a luta e persistência de Tata Katuvanjesi, com a finalidade de viabilizar o mesmo.
O ILABANTU, nos últimos anos, vem desenvolvendo uma ação de conhecimento e preservação das línguas Bantu, que reflete a organização de uma filosofia do ser humano, da coletividade humana e da relação destes com a natureza e o universo. Embora os Bantu tenham sido os primeiros a atracarem no país, são ainda pouco conhecidos pela maioria da população brasileira. Desconhecimento que está atrelado ao racismo com relação às culturas africanas e afro-brasileiras, o que, por sua vez, contribui com o crescimento da intolerância religiosa. Tornam-se urgentes as ações que promovam a democracia e o fortalecimento político dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana no Brasil.
Este projeto pretende oferecer uma pequena, mas não menos importante, contribuição para a criação de uma rede das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana na cidade de São Paulo, por meio da elaboração de um aplicativo de coleta e de alimentação de dados em um site de georreferenciamento. Neste sentido, o projeto se justifica pela necessidade de preservar um importante patrimônio imaterial, podendo ainda atuar em defesa da coletividade e de entes públicos e privados, coibir danos causados por preconceito, discriminação e por toda forma de intolerância correlata, destacou a professora Renata Gonçalves.
Por sua vez, a pró reitora de Extensão e Cultura da UNIFESP, Raiane Assumpção, considera que o mapeamento dos terreiros de candomblé do município de São Paulo possibilitará sistematizar a quantidade de terreiros, localização, organização, condições de documentação, situação do território sagrado (incluindo a questão de posse e propriedade sobre a área) e os aspectos socioculturais e demográficos que envolvem a comunidade inventariada.
Com a execução do mapeamento, busca-se, ainda, conhecer a distribuição socioespacial destas comunidades tradicionais de acordo com a localização geográfica, fundadores e lideranças, diversidade cultural, suas origens, situação fundiária, visando especificamente aprofundar o conhecimento sobre a realidade das religiões de matriz africana. Além disso, pretende oferecer subsídios georreferenciais para elaboração de políticas públicas e realizar o georreferenciamento dos territórios. Permeia o projeto, a construção de um acervo acerca das religiões de matriz africana no município de São Paulo.
Por fim, o projeto considera fundamental garantir um espaço para a promoção de um seminário para a apresentação do inventário e elaborar um guia de referência do trabalho realizado para que a metodologia e resultados alcançados possam ser replicados em pesquisas posteriores.
Um trabalho que contribui para as políticas de promoção da tolerância religiosa e do respeito às comunidades de povos tradicionais de terreiro.

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  1. 12th setembro 2020 | Cosme Aparecido Felix says:
    É de suma importância neste momento de perseguições aos terreiros não só mapear bem como buscar uma integração sólida e objetiva para à garantia do exército legal dos templos conforme a própria Constituição prevê.
  2. 12th setembro 2020 | Luís says:
    Estou localizado em Mongaguá N'Inzo Maza Kaya Raiz Bate Folha Aracaju Manadewy