Festa em louvor a Nkisi Kitembu revive tradição bantu em terras paulistanas

Itapecerica da Serra/SP – Sábado, dia 16 de agosto de 2014 com a casa cheia, o jornalista baiano Walmir Damasceno, Taata Kwa Nkisi Katuvanjesi realizou com muito ngunzu a tradicional festa em louvor a Kitembo, Nkisi do ar atmosférico, da passagem do tempo e das transformações, representado nas casas de candomblé congo/angola com uma bandeira branca. Desde a época que eram caçadores/coletores, a bandeira de “Tempo” que indicava o caminho de volta para a aldeia.

A festa, teve início com a presença de uma visita muito ilustre: a ekedji, cantora, compositora e deputada estadual, Leci Brandão. Batalhadora incansável da causa afro-brasileira e afro-religiosa, além dos direitos das mulheres abrilhantou a noite com seu carisma. Ao chegar no Inzo Tumbansi, foi recepcionada por Taata Katuvanjesi, que lhe entregou um presente feito dentro da terreiro pelos filhos da casa: um xumbetá de Nkosi, leão guerreiro que abre os caminhos e ajuda nas batalhas.

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Depois de proferir algumas palavras aos presentes e reforçar o comprometimento com a causa do povo de religião tradicional de matriz africana, Leci Brandão fez questão de tirar fotos com todos os presentes, tanto filhos da casa, quanto os convidados que vieram prestigiar a festa, estando presentes representantes de candomblé de diversas nações e também de umbanda.

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Terminada a parte civil, deu-se início a parte religiosa, abrindo-se a Kizoomba com as cantigas tradicionais deixadas pela matriarca Thuenda diá Nzaambi, fundadora da Ndanji Tumbenci, raiz da qual descende o sacerdote do Nzo Tumbansi, tendo como sacerdotisa atual Nengwa Kwa Nkisi Lembaamuxi, herdeira de Thuenda diá Nzaambi.

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As falas, deram a vez aos atabaques, que soaram para chamar em terra homenageado da noite: Kitembu, que entrou acompanhado de Kavungo, Nkisi patrono da casa. A música e as danças sagradas, como sempre foram um espetáculo de beleza e ngunzu, com os Nkisis paramentados de acordo com a tradição bantu: utilizando mukanges, as tradicionais máscaras.

Mais uma vez, a Kizoomba foi abençada com muita alegria, satisfação de todos os presentes e que terminou com o tradicional banquete afro-baiano, servido como manda a tradição, e todos puderam ir para casa alimentados tanto fisicamente, quanto espiritualmente.

Kesa Dia Nzambi para a redação Kimwanga-Nsangu – Agência de Notícias

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