Sucesso da 4ª edição da “Conversa de Terreiro” pode significar uma nova fase das relações dos descendentes da Tradição Bantu no Brasil com suas origens, já que foram devidamente reconhecidos pelo governo angolano através do envio de representante oficial da embaixada angolana no Brasil
Itapecerica da Serra/SP – Na significativa data de aniversário de 125 anos da proclamação da república brasileira, o ILABANTU, em mais uma iniciativa visando a ressignificação e reflexão dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, concretizou sua 4ª edição da “Conversa de Terreiro”. Evento tradicional do Inzo Tumbansi, em Itapecerica da Serra, que nesse ano recebeu adesão internacional e garantiu novos passos no aprofundamento dos conhecimentos tradicionais e culturais legado da África bantu.
Dra. Judith Luacute Enfermeira – Angolana de Tradição Umbundo,
Taata Nkisi Katuvanjesi – Jornalista Walmir Damasceno e
Aristóteles Kandimba – diretor e produtor Cultural Angolano.
Após a abertura ritualística e tradicional conduzida pelo Taata Kwa Nkisi Katuvanjesi, as atividades foram iniciadas com a condução da Presidente do Conselho de Ministros da casa Koota Kitamazi Nganga, a médica Eunice R. Bernardes, que formou a primeira mesa de debates com Renato Dias – ONG Kolombolo diá Piratininga, SP – O Brasil tem uma alma bantu. Uma exposição muito significativa sobre o samba em São Paulo e suas raízes em povos oriundos do universo bantu africano; seguido pelo professor de história de Itapecerica da Serra, Gian Carlo Zapelloni, que discorreu a cerca da contribuição do saudoso Taata Tancredo da Silva Pinto para a tradição umbanda-omôloko.
Renato Dias – ONG Kolombolo diá Piratininga
Jornalista Cosme Feliz – Jornal Tribuna Afro Brasileira, professor de
história Gian Carlo Zapelloni e Eunice Retroz Bernardes Kitamazi N’ganga
Em seguida houve a recepção ao Chefe da Representação Comercial do Governo de Angola no Brasil, Embaixador Manuel Vieira Pires Delgado, que recebeu a láurea de Grande Benemérito da Cultura Tradicional Afro Bantu, juntamente com a professora doutora Marlucia Mendes da Rocha, Secretaria de Educação da Prefeitura de Ilhéus/Bahia pelos serviços prestados em difusão e defesa da cultural tradicional bantu no Brasil.
Manuel Vieira Pires Delgado – Chefe da Representação
Comercial do Governo de Angola no Brasil
Professora Doutora Marlucia Mendes da Rocha e
Eunice Retroz Bernardes Kitamazi N’ganga
Foi servido um lauto almoço tradicional onde a culinária afro-brasileira lembrou a todos as delícias da tradição baiana e africana.
A cultura angolana teve seu destaque no enfoque esclarecedor de Aristóteles Kandimba, produtor cultural angolano e diretor do filme AFROCARIOCAS; seguido de uma exposição sobre o falar das línguas tradicionais e a situação da cultura tradicional em terras angolanas, fala da Professora Judith Luacute, enfermeira angolana residente no Estado de São Paulo. Exposição rica em demonstrar as afinidades linguísticas e culturais entre Brasil e Angola.
Dra. Judith Luacute – Enfermeira Angolana de Tradição Umbundo e
Aristóteles Kandimba – diretor e produtor Cultural Angolano.
Retomados os diálogos e debates foi a vez da professora Marlucia Mendes falar sobre a Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do estudo da história de África no currículo escolar brasileiro. Uma exposição clara na qual se pode verificar as dificuldades do educador de fazer cumprir tão importante estatuto legal.
Professora Doutora Marlucia Mendes da Rocha e
Taata Nkisi Katuvanjesi – Walmir Damasceno
O representante da Embaixada Angolana, falou de seu compromisso em apoiar os esforços do Inzo Tumbansi em difundir a cultura tradicional Bantu, conduzindo uma maior aproximação com a Embaixada e viabilizando o intercâmbio de autoridades tradicionais de Angola com o Brasil, por meio do Inzo Tumbansi em Itapecerica da Serra, dando grande valor a todas as manifestações que presenciou no solo Sagrado de Kavungu (Divindade tutelar da casa).
Manuel Vieira Pires Delgado – Chefe da Representação
Comercial do Governo de Angola no Brasil
Coroando com arte e sensibilidade o evento a Apresentação do espetáculo Mangalê – A Terra que Me Transforma – de fato envolveu a todos com uma encenação magnifica do Grupo de dança que fez uma leitura da manifestação das divindades que vêm aos terreiros de candomblé com atriz e dançarina Preta Vani, o dançarino Val Ribeiro e a produtora Suely Durden com a direção musical de Alysson Bruno, com percussionistas e músicos. O grande “leitmotiv” da apresentação foi um paralelo da tradição Congo Angola e Ketu, demonstrando a diversidade e magia dessas duas tradições religiosas sagradas.
Ficha Técnica Mangalê:
Direção – Preta Vani
Concepção Cênica – Preta Vani e Val Ribeiro
Dança – Preta Vani e Val Ribeiro
Canto – Negravat
Direção Musical – Rômulo Nardes
Percussão – Rômulo Nardes e Victor Eduardo
Produção – Suely Durden e Fernanda Bizon
Cenografia e Figurino – Alessandra Tafuri
Técnico de Luz e Som – Marcel Masson
Design – Tatu Paula
Fotografia – Andréa Vicente
Registro Fotográfico – Wesley Dantas
Kesa Dia Nzambi da redação Kimwanga-Nsangu – Ascom/Ilabantu