Nzo Tumbansi se prepara para receber em almoço tradicional a Agbeni Xangô do Ilê Axé Opô Afonja

Salvador/Ba – Dia 19 de fevereiro, uma sexta-feira, Taata Katuvanjesi se prepara para recepcionar com almoço tradicional a escritora Cléo Martins, Agbeni Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, Aya Ode do Ilê Olofacosin, Ìyà Agan do Ilê Baba Adeboulá, Yalorixá fundadora do Ilê Axé Asiwaju, em Santana de Parnaíba, região oeste da Grande São Paulo.

Quem é Cléo Martins

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Cléo Martins, ou Cleofe de Oliveira Martins, é advogada, teóloga e escritora brasileira. Nasceu em São Paulo aos 11 de junho de 1956. Filha do jornalista aposentado e editor de trabalhismo e sindicalismo de O Estado de São Paulo Itaborai Martins (Itaborahy Feitosa de Oliveira Martins) que em 1959, ainda estudante de Direito do Largo de São Francisco e já jornalista de “O Estadão”- propôs (e conseguiu, com grande margem de votos) a candidatura do rinoceronte Cacareco para Vereador pela cidade de São Paulo e Cleofe Salatini de Oliveira Martins, filha de Duílio Salatin, antigo jogador da Lazio, de Roma e de Jandira Ferreira de Castro Salatini.

Pertence a família de veteranos jornalistas paulistas: Ibiapaba Martins (falecido) que foi Diretor do Correio Paulistano e Última Hora, (também romancista, vencedor do prêmio literário Jabuti com o romance “Noites do relâmpago” (1969), membro da Academia Paulista de Letras); Araguaia Martins, também escritor (falecido aos 44 anos, em 1967; foi homenageado com a Rua Araguaia Feitosa Martins, na Vila Mazzei- SP), Itamarati Martins (falecido), do grupo Folhas, Floriano Alves Feitosa (irmão de sua avó materna, Jacyra Feitosa de Oliveira Martins).

Seu tio, o artista plástico Itajahy Martins (Itajahy Feitosa Martins), falecido em 1991, empresta o nome ao Museu de Arte Contemporânea Itajahy Martins, na cidade de Botucatu (SP). Tem dois irmãos, o advogado Luís Duílio de Oliveira Martins, presidente do Clube Hípico de Santo Amaro (CHSA) e a economista Patrícia Valéria de Oliveira Martins Antunes de Souza. É tia de Vinícius Martins Antunes de Souza, Cesar Pousa de Oliveira Martins, Martin Smith de Oliveira Martins e Ricardo Felipe Smith de Oliveira Martins. Cléo Martins é apaixonada por sinofilia, enologia e, em especial, canto coral.

Enquanto estudante de Direito no Largo de São Francisco (1975/79) foi membro do Coral Acadêmico XI de Agosto. Em 2007 juntou-se aos cantores do Coral de São Bento (Salvador-Ba), sob direção de D. Miguel, OSB e a regência do Maestro Dilton Cesar Ferreira. Profissão É Advogada militante, formada pela USP na turma de 1979, especializada em Direito do Trabalho. Concluiu o curso de pós-graduação em Direito do Trabalho comparado em 1982, tendo como orientador o Prof. Dr. Cássio de Mesquita Barros Jr, também na Academia do Largo de São Francisco e a professora doutora Nair Lemos Gonçalves, vice-diretora da Faculdade de Direito e prima de Jandira Salatini (sua avó materna).

Cursou Teologia no Instituto Lumen Christi (Salvador-Ba) É formada em inglês (Fisk School) e italiano (Instituto Italo Brasileiro-SP). Enquanto estudante de Direito lecionou a língua inglesa na Escola Fisk (SP). É detentora de vários prêmios na área de Direito do Trabalho, a exemplo do Prêmio LTR (1977). Fundou a Advocacia Oliveira Martins em 1983 (SP), desde 1991 aos cuidados e sob a direção de seu irmão Luís Duílio de Oliveira Martins. Também em 1991 nasceu a filial da advocacia em Salvador, onde Cléo Martins trabalhou. É escritora inscrita na União Brasileira de Escritores UBE, roteirista, compositora e articulista semanal (colaboradora) do “Jornal A Tarde” (Ba).

Colaborou com o jornal “O Correio da Bahia” e Jornal do Brasil (RJ). Elaborou vários roteiros para filmes de diversos gêneros. É filha de Oyá (Iansã) e Ogum iniciada na religião dos Orixás (Candomblé) nos anos 1970 pela falecida Egbomy Eunice de Xangô da Casa Branca do Engenho Velho: Obá Sanhá.

Completou sua iniciação religiosa inicialmente com Mãe Xagui, filha de Mãe Bada de Oxalá- a sucessora imediata de Mãe Aninha- a fundadora do Axé Opô Afonjá- e, posteriormente, com Mãe Stella de Oxóssi, a quinta Yalorixá do Ilé Axé Opô Afonjá, auxiliada por Aida Margarida Muniz, a decana das filhas de Iansã do Axé Opô Afonjá, filha de Tibúrcio Muniz, Oga de Ogum de Manoel da Caixa D’água e secretário fundador da Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá, em 1936.

Por mais de vinte anos viveu o dia-a-dia do referido terreiro, o Axé Opô Afonjá, participando de perto de iniciações e todo tipo de eventos religiosos e culturais, muitos destes sua criação, a exemplo do Alaiandê Xirê: o festival de músicos-sacerdotes dos terreiros. É a primeira Agbeni Xangô do Ilé Axé Opô Afonjá (e do Brasil) confirmada aos dois de maio de 1990: dia do 65º aniversário natalício de Mãe Stella.

Agbeni significa “aquela que divide a mesma causa” e, também, a que “fala” por Xangô e veicula seu axé, vez que “Agbeni” corresponde a orobô ou Orogbo (Garcinia kola), a principal fruta oracular do culto do referido orixá, o padroeiro do Axé Opô Afonjá. O referido oiê (cargo) foi introduzido no Brasil por Mãe Stella de Oxóssi.

Hoje em dia é adotado em muitas comunidades religiosas. É Aya Odé do Ilé Axé Olofacosin, do finado Talambê, confirmada em 1998 na ocasião em que Mãe Stella instituiu o Aramefá (seis conselheiros de Odé) no referido terreiro e Ìyà Agan (ou Iyagan,o mais raro posto feminino em uma tradição de sacerdócio exclusivamente masculino) apontada por Babá Arasoju, um dos mais antigos egungun de Xangô, no terreiro Ilé Baba Adeboula, em Areia Branca Lauro de Freitas, Bahia, confirmada em 2006, ano em que completou cinquenta anos de vida, pelos Ojé Agbá (veterano; antigo)o Alabá (chefe dos ojés) da comunidade religiosa) Manuel Barué (iniciado no Ilé Babá Olokotun, antigo Tuntum, o Barro Branco sito em Amoreiras, Itaparica) e Eurico de Araujo Santos (Ojé Lejibé do Ilé Babá Agboulá, o “Bela Vista”, na Ponta de Areia, Itaparica) que é o Alabá do Ilé Àṣẹ Asiwaju em Santana de Parnaiba, São Paulo Cléo Martins é a primeira Iya Agan de que se tem notícia confirmada, no Brasil, em um terreiro exclusivo do culto de egungun.

Iya Agan, posto raríssimo e praticamente desconhecido neste continente, significa “mãe do ancestral”; “mãe do Babá”, por tal razão afetivamente também considerada a “mãe dos ojés”. Na África ocidental onde existe “uma Iya Agan” para cem ojés” é a única mulher autorizada a participar dos segredos do culto.

Somente se tem notícia de outras duas Iya Agan na atualidade: Eliana Miranda, confirmada no Ilé Àṣẹ Opo Aganju, terreiro de Xangô fundado pelo babalorixá Balbino Daniel de Paula (obaraim) e Mãe Stella de Oxóssi, apontada (mas não confirmada) neste oiê (posto) em 1989, no próprio Axé Opô Afonjá, por ocasião de seu quinquagésimo ano de iniciação religiosa. Iya Nitinha de Oxum, da Casa Branca do Engenho Velho, falecida em fevereiro de 2008, foi Iya Agan apontada do terreiro de Baba Agboula (Itaparica), embora jamais tenha confirmado o respectivo oiê (posto).

Cléo Martins tem participado de seminários e proferido conferências no Brasil e exterior sob a religião dos Orixás e cultura, a exemplo da Conferência Mundial Contra o Racismo, Xenofobia e Intolerâncias correlatas em Durban (2001) sendo a pioneira a escrever na coluna “Religião”, assinando como Agbeni Xangô, a partir de junho de 2003, no jornal A Tarde. Antes a referida coluna não contava com a participação da referida tradição religiosa. Qualquer referência sobre “Candomblé” situava-se na parte de “folclore”. Em junho de 1984 Cléo Martins é fundadora do Ilé Axé Asiwaju, sito em Santana de Parnaíba, São Paulo.

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