ECOBANTU: Brasil reune pensadores e autoridades tradicionais da África central

 

Ministra da Cultura de Angola, Carolina Cerqueira

Com sucesso do encontro anterior que marcou história, III ECOBANTU realizado no ano de 2015 na Galeria Olido, centro de São Paulo, com apoio do mandato do vereador paulistano Toninho Véspoli, PSOL, o ILABANTU, através da sua coordenação geral, está organizando o IV ECOBANTU – Encontro Internacional das Tradições Bantu, evento de amplitude e dimensão internacional que pretende reunir dias 4, 5 e 6 de maio de 2018, das 10h00 às 21h00, no Auditório Simón Bolívar – Fundação Memorial da América Latina, Barra Funda, região central da Capital paulistana, representantes de vários países africanos, da América Latina, Caribe e observadores da Europa, Estados Unidos e Ásia.

Além de confirmada a presença da Ministra da Cultura de Angola, Carolina Cerqueira e outras personalidades angolanas, o encontro, similar a um Forum Mundial dos Bantu, tem como tema principal “Tradição Bantu no Brasil e África: Cultura, Costumes e Hábitos de Um Povo Transatlântico ” e objetiva discutir na maior e mais importante capital econômica do Brasil e da América Latina o legado africano e sua contribuição na construção do continente latino americano e em particular o Brasil. Os bantu, oriundos da África central, é primeira civilização de africanos a aportar neste País do continente latino americano.

Presidente da República do Gabão, Ali Bongo Ondimba

O evento, considerado projeto ousado do ILABANTU, nas palavras da historiadora e fotografa Carla Cruz, moradora da zona sul de São Paulo: “ECOBANTU, ao analisarmos pelo viés cultural, como historiadora afirmo que seu organizador, Walmir Damasceno – Taata Katuvanjesi, é um homem ousado quando se trata do empenho, articulações políticas, sociais e empenho na realização do projeto.

Reunião da Coordenação do ILABANTU com a Secretaria de
Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Fabya Reis

E ao analisarmos pelo viés crença a ousadia pode ser enxergada como fé. Trata-se de um evento de grande importância às mais diversas áreas como a acadêmica, cultural, para as Comunidades Tradicionais e para o fortalecimento da identidade negra, especificamente a dos Bantu e sua grandiosa contribuição na cultura afro-brasileira. Fé e ousadia são premissas claras no evento e em seu organizador”, sentenciou. Palavras semelhantes foram ditas semana passada em Salvador, Bahia, pelas secretarias de Cultura e da Promoção da Igualdade Racial, respectivamente, professora e atriz Arany Santana, e a cientista social Fabya Reis, durante encontros de ambas com o Coordenador Geral do ILABANTU, testemunhado por importantes lideranças de terreiros de candomblé congo angola da Bahia.

Lideranças de Terreiros Congo Angola da Bahia com a Secretaria
de Cultura do Estado, professora e atriz Arany Santana

O IV ECOBANTU será desenvolvido através de palestras, conferências especiais, falas e cantos bantu, com intervenções culturais de grupos de jongo, makulelê, samba de roda, samba de umbigada, tambor de crioula, capoeira angola e regional, congada, além de grupos de danças tradicionais do Gabão e de outros países da África bantu que estão sendo contatados. O certame, pela sua dimensão, chamou atenção do Governo da República Gabonesa, na semana passada o Ministro de Estado da Economia, Comunicação Digital, Cultura, Artes e Tradições, Alain Claude Bilie By Nze, responsável pela Educação Popular e Instrução Cívica, e principal Porta-Voz do presidente Ali Bongo Ondimba, indicou que o mandatário gabonês está inclinado a vir pessoalmente a São Paulo para participar do IV ECOBANTU. O Ministro adiantou ainda que o Gabão está disposto a participar do evento e compartilhar com uma forte delegação (Presidente da República, Ministros, diplomatas e artistas gaboneses), que também contará com a presença do mais cortejado colecionador de arte clássica africana, empresário Sindika Dokolo, presidente da Fundação Sindika Dokolo.

Ministro de Estado da Economia, Cultura e principal
Porta-Voz do Presidente da República do Gabão
Alain Claude Bilie By Nze

O IV ECOBANTU 2018 conta o apoio do Mandato popular do vereador paulistano Toninho Véspoli, e participam entidades da sociedade civil e de governos, membros de instituições da academia intelectual, a exemplo da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Universidade Federal de São Paulo(NEAB-UNIFESP), Associação Beneficente de Manutenção e Defesa do Terreiro Tumba Junsara(ABENTUMBA), Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu ACBANTU(Salvador/Bahia), Portal de Notícias Wizi-Kongo (Uigi-Angola), Centro Internacional de Civilizações Bantu(CICIBA, Libreville, Gabão), Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia, Ministério da Cultura de Angola, Instituto de Linguas Nacionais de Angola. Nesta edição do encontro está confirmada a presença e participação de diversas e variadas autoridades tradicionais de candomblé congo angola oriundas de terreiros da Bahia(Bate Folha, Tumba Junsara, Tumbenci, Angolão Paketan-Mariquinha Lemba, Tanuri Junsara, Azwidi Junsara, Ntumbensara, Viva Deus, Inzo Nkosi Mukumbi Dendezeiro(Cachoeira/Bahia), Terreiro Matamba Tombenci Neto(Ilhéus/Bahia); Comunidade Caxuté(Valença/Bahia); Unzó Kuna Inkisi Tombenci Bisneto(Itapitanga/Bahia); Terreiro de Angorô Tombenci Tata Aidansilewá Pai Naldo(Ipiaú/Bahia); Nzo Tumbansi Ngana Mukongo – Taata Eduardo Bittar Unyanganga – Itabuna/Bahia; Rio de Janeiro: Ananguê Ngola Djanga, Mam`etu Auiza Lundirê, Mam`etu Matambenganga, Tata Mufumbi Kitambo, Tata Nkisi Naruexi(Carlos Kavungu), Tata Efamim Ia Lemba; Espirito Santo: Nzo Ngunzu Nganga Kilumino Nkisi Nzazi, casa de mãe Anajete Coelho Pinto(Cariacica/ES); Pará: Mam`etu Nangetu, Instituto Nangetu de Tradição Afro-Religiosa e Desenvolvimento Social; Elizabeth Pantoja – Mam`etu Muagile, além da participação de representações de outras variantes das culturas tradicionais de matriz africana e afro-brasileiras, e, pela primeira vez após a escravidão colonial o afro-brasileiros de descendência bantu conhecerá um Rei Tradicional Bantu.

Ação considerada significativa está sendo empreendida pelo Ministério da Cultura de Angola, Ministra, Carolina Cerqueira, que tem presença confirmada, está criando as condições necessárias a fim de viabilizar a presença alguns dos principais soberanos no IV ECOBANTU, e entre eles estão, Armindo Francisco Ekuikui V, do Bailundo; Buba N’Vula Ndala Mana, Ndongo e da Matamba; e o poderoso Mfumu Mukongo (Afonso Méndes), substituto do Rei do Kongo, coordenador das autoridades tradicionais, M`banza Kongo, província do Zaire, norte de Angola.

Dra Judith Luacute

Da academia intelectual internacional tem confirmada a presença do professor doutor Patrício Batsîkama, aguardado com grande expectativa para apresentação de seus diversos e variados trabalhos de pesquisas e estudos As Origens do Reino do Kôngo segundo a Tradição Oral, o renomado historiador angolano pretende ainda abordar sobre temas mais atuais, convém falar de Democracia no Reino do Kongo, Sistema Político, Econômico e Sociedade, Religião no Antigo Kongo. O diretor de desenvolvimento institucional do Banco Sol, instituição financeira angolana, Andrade Katanga Brás apresentará seu trabalho de pesquisa “A filosofia da linguagem na cultura Umbundu”.

Professor doutor Patrício Batsîkama

A programação do IV ECOBANTU inclui até projeção do filme “Njinga – Rainha de Angola”, produzido pela Semba Comunicação, e é esperada confirmação de presença do diretor principal da produtora, o ator Coréon Dú. Lesliana Pereira, ex-Miss Angola atriz que interpreta o papel da rainha Njinga Mbandi tem presença confirmada no IV ECOBANTU. O filme, realizado por Sérgio Graciano e escrito por Joana Jorge, segundo a consultora histórica Isilda Hurst, não se limita aos aspectos históricos que marcaram a vida da rainha Njinga Mbandi.

Lesliana Pereira, Miss Angolana e atriz

Outra projeção cinematográfica que será projetada no IV ECOBANTU será Kimpa Vita: Filme conta a história da mãe da revolução africana, que segundo seu produtor, Ne Kunda Nlaba, ela foi uma das maiores líderes africanas. Na luta contra a escravidão e pela valorização da identidade do povo bakongo (grupo étnico bantu que vive ao longo da costa centro-africana), Kimpa Vita foi condenada e assassinada. Nascida em 1684, no território onde hoje é Angola, ela terá sua história contada para os participantes do evento.

-Qualquer pessoa que aprenda sobre a história de Kimpa Vita fica surpreendido pelo caráter e coragem dela. O mundo precisa saber dela, principalmente o mundo afro-brasileiro e latino americano precisa saber dos seus feitos, da sua influência – disse em Londres, Ne Kunda Nlaba, diretor do documentário cuja produção está confirmada e confirmou sua presença e participação no IV ECOBANTU.

Ne Kunda conta que, quando criança, ouvia sobre Kimpa Vita, mas que nunca aprendeu de verdade sobre a história da heroína angolana na escola. Aos poucos, ele foi descobrindo mais e mais sobre a jovem corajosa de família nobre do Reino de Kongo (região onde hoje estão Angola, República do Congo, República Democrática do Congo e Gabão)
O evento encerra com lançamento do primeiro CD Karavana da Saudade, do DJ, ator e produtor angolano Celso Roberto, que deverá apresentar-se em companhia de vários músicos angolanos e da cantora baiana, Margareth Menezes e da cantora, compositora e sambista carióca, Vilma Rosa, com o seu projeto É PRA SAMBAR.

8 comentários em “ECOBANTU: Brasil reune pensadores e autoridades tradicionais da África central”

  1. Partido politico pacifico e prospero do povo "P3"

    Nos agradecimento pelo vosso grande trabalho e inspiração sobre a vida do povo bantu. Somos partido político em angola e queremos fazer parte do projecto. Gostaríamos de saber os direitos ou deveres para marcamos presença na conferência que terá lugar de 4 a 6 de maio do ano presente em brazil. Aguardamos o convite com estima e alta consideração. Sr Nkosi Virgílio Domingos – coordenador da comissão instaladora. Muito obrigado

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