Prefeitura de Itapecerica da Serra prestigia percurso do povo bantu promovido pelo Sesc Belenzinho

Dr. Claudio Silvestre Junior, Secretário de Governo,
Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Itapecerica da Serra

“Comunidades Tradicionais de Matriz Africana Territórios ou Casas Tradicionais constituídos pelos africanos e sua descendência no Brasil, no processo de insurgência e resistência ao escravismo e ao racismo, a partir da cosmovisão e ancestralidade africanas, e da relação desta com as populações originárias e com o meio ambiente. São espaços públicos ou privados caracterizados pela vivência comunitária, pelo acolhimento e pela prestação de serviços à comunidade, pela relação sustentável com o meio-ambiente, onde estão preservados também práticas tradicionais alimentares e de saúde.”

Realizada pelo Sesc Belenzinho com a co curadoria de João Nascimento (Cia Treme Terra) a mostra Motumbá: Memórias e Existências Negras traz uma centena de cursos, apresentações e oficinas com o objetivo de valorizar as matrizes africanas na diáspora.

Dentre elas, o Percurso: Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana que proporcionou os participantes conhecerem e vivenciarem a cultura dos povos tradicionais de matriz africana para além da relação com o sagrado a partir dos conceitos identitários contidos no Plano de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana da Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais – SECOMT da então SEPPIR do Governo Federal.

Sábado (18/2), pela manhã, no Sesc Belenzinho, região leste da capital, Tata Nkisi Katuvanjesi – Walmir Damasceno, do Inzo Tumbansi, presidente licenciado do ILABANTU – Instituto Latino Americano de Tradições Bantu, participou no período da manhã de uma Roda de Conversa sobre o povo bantu e seu território tradicional o Inzo Tumbansi com a temática “Nkisi e natureza, processos de reafricanização e desnagotização – Afirmação identitárias e de política pública afirmativa”, moderado pelo antropólogo Pedro Neto.

No período da tarde os participantes da atividade, integrado integrado na sua maioria por acadêmicos e intelectuais, se deslocaram em um ônibus para o município de Itapecerica da Serra. Na sede do Terreiro de feição kongo-bantu, o Nzo Tumbansi, a Rodovia Armando Salles, 5205, Recreio Campestre, o grupo foi recebido no Terreiro pelo Secretário de Governo, Ciência e Tecnologia, o advogado Claudio Silvestre Junior, que saudou os visitantes em nome do prefeito Jorge Costa, para em seguida todos saborearam de almoço tradicional da rica culinária afro-baiana como caruru, vatapá, xinxim de galinha, xinxim de bode, moqueca-de-peixe, acarajé e outras iguarias africanas e afro brasileiras que geralmente são servidos com frequência nos finais de semana pelas matriarcas do Inzo Tumbansi, em Itapecerica da Serra.

História da presença africana no Brasil

Além da relação com o sagrado negro as comunidades tradicionais de matriz africana são nascedouros de variadas expressões como o Samba, Afoxé, Maracatu, a Alimentação, entre outras. Ao longo do tempo, o racismo tenta cortar – e as vezes consegue – o cordão umbilical entre estas comunidades e a sociedade. Divulgando amplamente que um candomblé só possuí os orixás, voduns e nkises. São outros caminhos que este percurso quer trilhar, indicando a presença da circularidade, ancestralidade, identidade, oralidade na arte e cultura negra brasileira.

Após o almoço, o especialista em musicologia e samba, Tata Arthur Mambulekwala e o sambista, cantor e compositor Tata Hoji Lulendo – Yvison Pessoa, de Nkosi, ex-integrante do Quinteto Branco e Preto, discorreu sobre o Samba e suas relações com o povo bantu e vivência com Samba de Raiz. Em seguida, mestre Limãozinho, bairro Valo Velho, fez intervenção cultural com apresentação de Grupos de Capoeira Angola e Samba de Roda, finalizando o evento.

Texto: Ascom/Ilabantu

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