“Comunidades Tradicionais de Matriz Africana Territórios ou Casas Tradicionais constituídos pelos africanos e sua descendência no Brasil, no processo de insurgência e resistência ao escravismo e ao racismo, a partir da cosmovisão e ancestralidade africanas, e da relação desta com as populações originárias e com o meio ambiente. São espaços públicos ou privados caracterizados pela vivência comunitária, pelo acolhimento e pela prestação de serviços à comunidade, pela relação sustentável com o meio-ambiente, onde estão preservados também práticas tradicionais alimentares e de saúde.” Realizada pelo Sesc Belenzinho com a co curadoria de João Nascimento (Cia Treme Terra) a mostra Motumbá: Memórias e Existências Negras traz uma centena de cursos, apresentações e oficinas com o objetivo de valorizar as matrizes africanas na diáspora. Dentre elas, o Percurso: Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana que proporcionou os participantes conhecerem e vivenciarem a cultura dos povos tradicionais de matriz africana para além da relação com o sagrado a partir dos conceitos identitários contidos no Plano de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana da Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais – SECOMT da então SEPPIR do Governo Federal. Sábado (18/2), pela manhã, no Sesc Belenzinho, região leste da capital, Tata Nkisi Katuvanjesi – Walmir Damasceno, do Inzo Tumbansi, presidente licenciado do ILABANTU – Instituto Latino Americano de Tradições Bantu, participou no período da manhã de uma Roda de Conversa sobre o povo bantu e seu território tradicional o Inzo Tumbansi com a temática “Nkisi e natureza, processos de reafricanização e desnagotização – Afirmação identitárias e de política pública afirmativa”, moderado pelo antropólogo Pedro Neto. No período da tarde os participantes da atividade, integrado integrado na sua maioria por acadêmicos e intelectuais, se deslocaram em um ônibus para o município de Itapecerica da Serra. Na sede do Terreiro de feição kongo-bantu, o Nzo Tumbansi, a Rodovia Armando Salles, 5205, Recreio Campestre, o grupo foi recebido no Terreiro pelo Secretário de Governo, Ciência e Tecnologia, o advogado Claudio Silvestre Junior, que saudou os visitantes em nome do prefeito Jorge Costa, para em seguida todos saborearam de almoço tradicional da rica culinária afro-baiana como caruru, vatapá, xinxim de galinha, xinxim de bode, moqueca-de-peixe, acarajé e outras iguarias africanas e afro brasileiras que geralmente são servidos com frequência nos finais de semana pelas matriarcas do Inzo Tumbansi, em Itapecerica da Serra. História da presença africana no BrasilAlém da relação com o sagrado negro as comunidades tradicionais de matriz africana são nascedouros de variadas expressões como o Samba, Afoxé, Maracatu, a Alimentação, entre outras. Ao longo do tempo, o racismo tenta cortar – e as vezes consegue – o cordão umbilical entre estas comunidades e a sociedade. Divulgando amplamente que um candomblé só possuí os orixás, voduns e nkises. São outros caminhos que este percurso quer trilhar, indicando a presença da circularidade, ancestralidade, identidade, oralidade na arte e cultura negra brasileira. Após o almoço, o especialista em musicologia e samba, Tata Arthur Mambulekwala e o sambista, cantor e compositor Tata Hoji Lulendo – Yvison Pessoa, de Nkosi, ex-integrante do Quinteto Branco e Preto, discorreu sobre o Samba e suas relações com o povo bantu e vivência com Samba de Raiz. Em seguida, mestre Limãozinho, bairro Valo Velho, fez intervenção cultural com apresentação de Grupos de Capoeira Angola e Samba de Roda, finalizando o evento. Texto: Ascom/Ilabantu |