III Seminário de Comunidades Tradicionais bantu terá presença de personalidades internacionais

III Seminário de Comunidades Tradicionais bantu terá presença de personalidades internacionais

III Seminário Internacional de Comunidades Tradicionais Bantu dias 12 e 13 de outubro de 2017, das 9 às 21 horas, a Rodovia Armando Salles, 5205, barro Recreio Campestre, Itapecerica da Serra, região metropolitana sul-oeste da Grande São Paulo. Com participação gratuita, haverá emissão de certificado aos participantes em parceria como Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (NEAB), da Universidade Federal de São Paulo, (UNIFESP).

O evento está mobilizando lideranças de comunidades tradicionais de matriz africana de várias localidades do país e ocorrerá em um importante espaço de ressignificação e reflexão, o Nzo Tumbansi, terreiro de candomblé de feição bantu que acolhe igualmente a sede do ILABANTU, propiciando um espaço horizontal de diálogo e reflexão sobre temas de grande pertinência para a sociedade brasileira. O local já sediou outros encontros anteriores e reunião com autoridades de várias órgãos governamentais e não, a exemplo da presença de personalidades como o então ministro da Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo, a saudosa ministra de Estado Chefe da Seppir, Luiza Bairros, educadores, professores, pesquisadores, operadores da cultura, dos direitos humanos, arte contemporânea e interessados em geral. Neste encontro tem confirmada a presença da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia, a cientista social Fabya Reis; José Luiz Penna, Secretário de Cultura do Governo do Estado de São Paulo entre outros, e personalidades internacionais a exemplo do mais cortejado colecionador de arte contemporânea africana, empresário Sindika Dokolo, presidente da Fundação Sindika Dokolo, sediada em Luanda, Angola. Também convidado, o professor doutor Antoine Manda Tchebwa, diretor geral do Centro Internacional de Civilizações Bantu (CICIBA), Libreville, Gabão, encaminhou mensagem de agradecimentos e confirmação de presença, propondo assinar acordo de cooperação entre a instituição intergovernamental Centro Internacional de Civilizações Bantu e a instituição brasileira Instituto Latino Americano de Tradições Bantu.  O ator Celso Roberto Ferreira Carlos, que interpretou o papel de Kiluanji na novela angolana Windeck tem presença confirmada, assim como o coreógrafo, ator, diretor e dançarino carióca Carlinhos de Jesus

Tata Katuvanjesi (Walmir Damasceno), recorrendo ao trabalho Religiosidades de matriz africana bantu: a composição de uma tríade possível, de Guaraci Maximiano dos Santos, sustenta O Ser Bantu: A designação Bantu não faz referência a uma unidade racial, mas sim a vários povos que têm idiomas, credos, rituais litúrgicos, culinárias, entre outros elementos semelhantes. É relevante elucidar o significado do termo Bantu que de acordo com Altuna aplica-se a uma civilização que conserva a sua unidade e foi desenvolvida por povos de raça negra. O radical “ntu”, comum a muitas línguas desses povos, significa “homem, pessoas humanas”. O prefixo “ba” forma o plural da palavra “muntu” (pessoa). Portanto “Bantu” significa “seres humanos, pessoas, homens, povo”. Essa definição nos leva à reflexão sobre a concepção do que é ser Bantu, o que permite um melhor entendimento do objeto de pesquisa, e verificar como que as manifestações repensadas e reconstruídas aqui no Brasil amplamente mais conhecida como Candomblé Kongo-Angola, enquanto descendentes da tradição Bantu, conseguem confluir e construir arranjos híbridos religiosos. Em princípio, sabemos que o povo Bantu é milenar e equivale a um terço da população africana. Além de conservar suas especificidades, consegue, também, acompanhar as inovações culturais. A despeito de ser um povo plural e diverso, no que se refere aos saberes, mantém uma unidade cultural. Segundo Altuna, estes povos “conservam as raízes de um tronco originário comum”, o que possibilita uma coesão relativa na forma de ser e viver. Orientam-se pela tradição e organizam-se a partir de sua cultura, razão profunda de sua religião. A religião é co-extensiva à vida, à experiência vivida intensamente e concretamente; não é baseada nas palavras, nos conceitos e noções, mas na experiência, que é transmitida de geração em geração, permitindo acompanhar o outro ver com os mesmos olhos que o outro viu.

A religião adquire uma conotação de extensão do que é vivido pelo ser humano e, sendo transmitida culturalmente, promove o compartilhamento dessa experiência adquirida. O povo Bantu tem uma concepção religiosa sistêmica ‟, fundamentada na experiência e no conhecimento recebido por meio da ancestralidade. Isso pode ser considerado como a essência da cultura Bantu, esta essência semelhante domina a África como expressão própria do seu ser e é evidente nos atos e na arte plástica dos povos negros. Esta essência comum manifesta-se nas danças, nas máscaras, no sentido religioso, no modo de vida, nas formas sociais, no destino de seus povos, nas fábulas, nos contos, lendas e mitos. Esta unidade cultural, que não é uniformidade, (as variantes em África dificilmente se podem catalogar) revela-se notavelmente nas linhas básicas de pensamento, na concepção espiritualista do mundo e da vida, na vivência do seu humanismo que fecunda as instituições sócio-políticas.

Essa forma sistêmica de conceber a religião leva à elaboração de algumas considerações sobre seus fundamentos, na busca de compreender os elementos que expressam forças e poderes que compõem a estruturação do mundo visível e invisível desses povos.

PROGRAMAÇÃO

QUINTA 12.10.2017

09h00 às 12h00: Credenciamentos

12h00: Intervalo para Almoço

13h00: Abertura

13h30: Mesa Tradicional

Composição Autoridades Tradicionais de Matriz Africana e Afro Brasileira

Nengwa Kwa Nkisi Kambirê – Advogada Edna Alcântara – Unzó Nguunzo Mutaloombô – Salvador-Bahia);

Tata Zingê Lumbondo (Xuxuca) – Presidente da Associação Beneficente de Manutenção e Defesa do Terreiro Tumba Junsara (Abentumba);

Kota Sualankala – Ana Amélia Cardoso dos Santos – Terreiro do Bate Folha – Salvador-Bahia;

E demais autoridades tradicionais presentes.

14h00: Recepção Especial

Jorge José da Costa – Prefeito Municipal de Itapecerica da Serra

Conferência Magistral: Dr. Sindika Dokolo – Presidente da Fundação Sindika Dokolo (Luanda, República de Angola);

Dra. Fabya Reis – Secretária de Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia (SEPROMI);

Dr. José Luiz Penna – Secretário de Cultura do Governo do Estado de São Paulo;

Professor Doutor Antoine MANDA TCHEBWA – Diretor geral do Centro Internacional de Civilizações Bantu – CICIBA, Libreville, Gabão.

Professora Doutora Soraya Soubhi Smaili – Magnifica Reitora da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP;

Profa. Dra. Maria Antonieta Antonacci – Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) Coordenadora do Centro de Estudos Culturais Africanos e da Diáspora (CECAFRO/PUC-SP);

Embaixador Joaquim Augusto Belo Barroso Mangueira – Cônsul Geral de Angola em São Paulo;

Embaixador Nelson Manuel Cosme – Embaixador da República de Angola no Brasil;

Embaixador da República do Gabão no Brasil – Jacques Michel MOUDOUTE-BELL e Embaixatriz Julie Pascale MOUDOUTE-BELL;

14h30 – Mesa I: A atual conjuntura e o retrocesso das políticas públicas de promoção da igualdade racial

Dra. Fabya Reis – Secretária da SEPROMI (Bahia);

Dr. José Luíz Penna – Secretário da Cultura do Estado de São Paulo;

Dr. Cláudio Rodrigues Silvestre Júnior – Secretário de Governo, Ciência e Tecnologia da Prefeitura Municipal de Itapecerica da Serra.

15h30 – Mesa II: Cantos e falas Bantu contemporâneos

Makota Zimewanga Valdina Pinto;

Makota Natália Gondim – Terreiro de Candomblé Santa Bárbara – S.Paulo;

16h00: Coffee break

16h30 – 17h: T.O.C.A – Capoeira

17h – 18h30: Mesa III – Existências e Resistências dos Povos Bantu para a construção e formação da sociedade brasileira

Kota Sualankala – Ana Amélia Cardoso – Terreiro do Bate Folha – Salvador-Bahia

Maganza Muxinandê Kamila Borges – Educadora – Nzo Tumbansi;

18h30: Homenagens especiais – Título de grande Benemérito da cultura Tradicional Bantu Brasileira, Personalidades e representações internacionais

19h00 – 21h: Mesa IV

“Africanidades Bantu, Yorubá e Afins: O legado do Além-Atlântico na construção do Brasil”

Moderador: Tata Luandenkossi – Marinho Santos – Terreiro Matamba Tombenci Neto/Ilhéus Bahia

Patrimônio histórico e cultural dos Bantu

Tata Ananguê – Casa Raíz do Benguê Djanga Ngola Ria Matamba – Nova Iguaçú/RJ;

Nengwa Nkisi Kambirê – Dra. Edna Alcântara – Nzo Ngunzu Mutaloombô – Salvador – Bahia;

Tata Nkisi Mutadiamy – Instituto de Educação e Cultura Mwana Zambe

Dikizeko Mfumu Ntoto Dikizeko; Matuzeyi, Representante da Associação Vutuka Vana Mpambu;

Uvidila (VUVAMU) – Centro de Despertai Espiritual Negro Africano Uigi (República de Angola);

Tata Tawalawesi – Jose Avelino Francelino – editor do jornal Aweto – Roça Itaussu (Mauá, região do ABC-SP).

SEXTA 13.10.2017

12h – 14h: Almoço tradicional

14h00 – 16h: Política afirmativas como implementação dos direitos fundamentais da população negra

Liliane Braga – Doutoranda em História pela PUC-SP;

Renata Gonçalves – Professora Doutora da UNIFESP;

Haydée Paixão – Advogada e Cientista Social, Procuradora Jurídica do ILABANTU;

Najara Costa – Pesquisadora das relações raciais, mestranda em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC;

Dra. Judith Luacute – Historiadora Angola – Representante do ILABANTU em Angola – A História do Kilombo do Kafundó

Pedro Neto – Antropólogo – Kaitumba: A Lavagem das Escadas da Catedral de Campinas – Homenagem a Mãe Dango e Mãe Corajacy

16h: Coffee break

16h30 – 18h: Grupo de capoeira angola Irmãos Guerreiros

Contramestra Kamila Muxinandê – Tocantins

19h00: Finalização do evento:

Posse de Coordenações do ILABANTU

Carta Bantu de São Paulo para o mundo

3 thoughts on “III Seminário de Comunidades Tradicionais bantu terá presença de personalidades internacionais

Deixe um comentário para Débora Paredes Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *