“Nosso trabalho tem foco nas pautas reivindicatórias de terreiros de candomblé e umbanda de todo Brasil”, diz Tata Nkisi Katuvanjesi
Na última quinta-feira, 18 de julho, Tata Nkisi Katuvanjesi (Walmir Damasceno) sobe a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para cumprir agenda com a ministra da Cultura, Margareth Menezes e com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além de participar de reunião com Sandra Cipriano Chaves, coordenadora Geral de Promoção das Culturas Populares, esta representando Tião Soares, ex-secretário de cultura de Itapecerica da Serra, e atual diretor de Promoção das Culturas Populares e Tradicionais, ambos da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) do MinC (Ministério da Cultura), onde trataram da organização do 1º. Encontro Paulista de Culturas Populares e Tradicionais e o Novo MinC, a se realizar no Sesc 14 BIS, em São Paulo.
Acompanhado de Mam’etu Zazi Leuaci, mãe Christine Bastos e Makota Kiangarueji, a influencer Sandra Regina do Nascimento Wanderley, lideranças religiosas de Brasília e entorno. Logo no periodo da manhã Tata Katuvanjesi teve seu primeiro compromisso político institucional, foi recebido no bloco B da Esplanada dos Ministérios, sede do Ministério da Cultura pela ministra Margareth Menezes em reunião que contou com a participação do alto escalão de Assessores e secretários do MinC e ainda por video conferência a participação do presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Santos Rodrigues, cujo objetivo principal foi apresentar uma série de reivindicações das comunidades tradicionais de terreiros de matrizes africanas.
Em clima de diálogo e respeito mútuo, Tata Katuvanjesi inicia sua fala com a Ministra Margareth Menezes, saudando a importância da presença do membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais representando o segmento da cultura afro-brasileira, Tata Geová de Kavungu, destacando a importância de se ouvir as vozes das lideranças tradicionais e apresentou as demandas e preocupações das comunidades de terreiros. Entre as principais reivindicações apresentadas estavam:
- Reconhecimento e Proteção dos Espaços Sagrados: A necessidade de políticas públicas que garantam a preservação e o reconhecimento oficial dos terreiros como espaços de valor cultural e religioso inestimável;
- Apoio à Educação e Cultura: Incentivos e programas voltados para a educação sobre as tradições africanas, visando combater o preconceito e promover o respeito às práticas culturais e religiosas das comunidades de terreiro;
- Inclusão em Políticas Públicas: A inclusão das comunidades tradicionais de terreiro em programas de desenvolvimento sustentável, assegurando recursos e apoio para projetos que fortaleçam a economia local e a sustentabilidade desses espaços;
- Combate à Intolerância Religiosa: Medidas mais eficazes e rigorosas para combater a intolerância religiosa, garantindo a segurança e a liberdade de culto das comunidades de terreiro.
Compromisso do Governo
A Ministra Margareth Menezes se mostrou receptiva às demandas apresentadas e reforçou o compromisso do governo em trabalhar para a implementação de políticas que atendam às necessidades das comunidades tradicionais de terreiro. Ela destacou a importância de se promover um diálogo contínuo e construtivo entre o governo e essas comunidades, buscando sempre o respeito e a valorização de suas tradições e contribuições culturais.
“Vim buscar garantir o compromisso do governo federal na viabilidade de um projeto de revalorização das comunidades tradicionais de candomblé e umbanda. Estamos unidos na luta antirracista, no combate às perseguições sistemáticas que sofremos”, explica Tata Katuvanjesi.
O encontro com Alexandre Padilha, ministro das Relações Insititucionais, no quarto andar do Palácio do Planalto, também correu com tranquilidade e afeto. “Alexandre Padilha é apoiador das causas pelas quais luto”, explica a liderança religiosa. “A reunião com nosso amigo Ministro Padilha foi produtiva e para nós é dignificante estar no Planalto Central. Nosso trabalho foca as pautas reivindicatórias dos terreiros de todo Brasil”, explica Tata Nkisi Katuvanjesi, que também é representante para Brasil, América Latina e Caribe do Centro Internacional de Civilizações Bantu(CICIBA).
Já com a coordenadora-geral de Promoção das Culturas Populares da SCDC/MinC, Sandra Cipriano Chaves e o professor Pedro Inatobi Neto, que representou Tião Soares, diretor de Promoção das Culturas Populares e Tradicionais da SCDC/MinC a conversa girou em torno da necessidade de apoio para a realização do 1º. Encontro Paulista de Culturas Populares e Tradicinais e o Novo MinC a se realizar dia 23 de julho, das 10h às 20h, no Sesc 14 Bis, na Bela Vista, em São Paulo. Os objetivos do encontro são discutir a Política Nacional Cultura Viva, conhecer as dificuldades e possibilidades de novos pontos de cultura e verificar as contribuições dessas comunidades para a construção do Plano Nacional às culturas nacionais tradicionais e populares. Evento gratuito.
Futuro das Comunidades de Terreiro
Tata Nkisi Katuvanjesi expressou sua satisfação com a abertura do diálogo e a disposição da Ministra em ouvir e considerar as reivindicações. “É muito importante manter-se vigilante e ativo na luta pelos direitos das comunidades de terreiros, garantindo que suas vozes sejam sempre ouvidas e respeitadas”, explica.
Para mostrar a importância da memória e do trabalho social das comunidades de terreiros, Tata Katuvanjesi presenteou Margareth Menezes e Alexandre Padilha com o livro Entre as Duas Academias: A Encruza de Saberes e o Candomblé Kongo-Angola em São Paulo. A publicação, sob sua coordenação, reúne uma série de artigos que são resultado da pesquisa Mapeamento de Terreiros Kongo-Angola em São Paulo, realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e que só foi possível pela liberação de emenda parlamentar e entendimento da importância de tal projeto pelo então deputado federal Alexandre Padilha.
“A reunião de hoje marca um passo importante na construção de um Brasil mais inclusivo e respeitoso com suas diversas tradições culturais e religiosas. A expectativa é que, a partir deste encontro, novas políticas e ações concretas sejam desenvolvidas para fortalecer e proteger as comunidades tradicionais de terreiro em todo o país”, conclui ele.
Futuro das Comunidades de Terreiro
Tata Nkisi Katuvanjesi expressou sua satisfação com a abertura do diálogo e a disposição da Ministra em ouvir e considerar as reivindicações. “É muito importante manter-se vigilante e ativo na luta pelos direitos das comunidades de terreiros, garantindo que suas vozes sejam sempre ouvidas e respeitadas”, explica.
Para mostrar a importância da memória e do trabalho social das comunidades de terreiros, Tata Katuvanjesi presenteou Margareth Menezes e Alexandre Padilha com o livro Entre as Duas Academias: A Encruza de Saberes e o Candomblé Kongo-Angola em São Paulo. A publicação, sob sua coordenação, reúne uma série de artigos que são resultado da pesquisa Mapeamento de Terreiros Kongo-Angola em São Paulo, realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e que só foi possível pela liberação de emenda parlamentar e entendimento da importância de tal projeto pelo então deputado federal Alexandre Padilha.
“A reunião de hoje marca um passo importante na construção de um Brasil mais inclusivo e respeitoso com suas diversas tradições culturais e religiosas. A expectativa é que, a partir deste encontro, novas políticas e ações concretas sejam desenvolvidas para fortalecer e proteger as comunidades tradicionais de terreiro em todo o país”, conclui ele.
Texto: Makota Tembwa Nkulu(Eliane Almeida de Uambulu N
`sena/Bamburucema) e Tata Kianzanzele(Guilherme Pontes, de Lemba)