IV Narrativas interculturais, decoloniais e antirracistas em educação: por equidade, justiça e bem-viver de 5 a 8 de dezembro, na Faculdade de Educação UnB – Campus Darcy Ribeiro, Brasília, Distrito Federal. O Narrativas é um evento acadêmico que promove o intercâmbio de saberes e práticas educativas, acadêmicas e artísticas baseadas na valorização da diversidade cultural, étnica e epistêmica dos mundos indígenas e afrodiaspóricos.
Adotando metodologias participativas e dialógicas, o evento aborda uma ampla diversidade temática em sessões: Narrativas em Diálogo, Conversatórios, Oficinas, Espaço pedagógico-formativo em arte.
O Narrativas reúne convidados e público diversificados: pesquisadores, professores do ensino superior e da educação básica, educadores populares, mestras e mestres do conhecimento tradicional, artistas populares, intelectualidades negras, indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais, estudantes da graduação e da pós-graduação.
O evento é presencial, gratuito e emitirá certificados para comunicações orais e ouvintes. Os trabalhos apresentados serão publicados em anais.
Entre diversos painéis temáticos, destaque para Vivenciando a Educação na Matriz Africana, coordenado por Mariana Bracks Fonseca, professora de história da África na Universidade Federal de Sergipe, tendo como convidados especiais Mestra Janja (Instituto Nzinga de Capoeira Angola, Salvador-BA), Tata Nkisi Katuvanjesi (Inzo Tumbansi, Itapecerica da Serra/SP); Tata Nkosi Namba (Wanderson Flor do Nascimento, (Mespt|CEAM|NEAB|NEFA-UnB); Omar Sarr Badji (Bùbajum Áyyi D’Oussouye, abordará as expressões culturais negras no Brasil que mantêm vivas formas de educar e pensar, próprias das sociedades africanas. A transmissão de valores, conhecimentos ancestrais, histórias são acionadas e animadas pelos toques dos tambores, pelas danças, pelos cantos. Através das músicas cantadas, orações, rezas aprendem-se “cosmopercepções” africanas. Através do “corpo-território”, aprendem-se as lutas de resistência. Através dos ritmos, o perceber e reverenciar o sagrado.
Este conversatório objetiva refletir sobre as práticas educativas presentes na cultura negra e afrodiaspórica, a partir da experiência de seus mestres e guardiões. Busca-se compreender os terreiros, rodas, cortejos, guardas como espaços de saberes e de formação humana pautada em valores africanos. Intencionamos discutir o conceito de “educação tradicional de matriz africana” e valorizar os elementos que a compõem – oralidade, corporalidade, performatividade, ancestralidade, circularidade, musicalidade, comunidade, senioridade, iniciações, entre outros.
Esperamos receber neste conversatório estudantes, professoras e professoras, gestoras e gestores escolares e pessoas interessadas, que buscam decolonizar suas práticas educativas e desejam se aprofundar nas formas africanas e afrodiaspóricas de conceber o processo educativo. Também desejamos que os espaços de educação formal reconheçam as sabedorias africanas e as formas de ensinar e aprender presentes nas culturas negras e que possam inserir cada vez mais estas linguagens e tecnologias educativas no cotidiano escolar.