*por Makota Tembwa Nkulu (Eliane Almeida)
A TV Tumbansi, o Canal da Resistência, é uma iniciativa do terreiro Kongo Angola, de feição bantu, Inzo Tumbansi criado na pandemia e teve como objetivo cuidar de seus filhos e filhas em tempos de isolamento social. Com a retomada das atividades presenciais, o canal esteve desativado até agora.
Nesse domingo do Dias das Mães, 11 de maio de 2025, o canal tem sua reestreia contando com a ilustre presença do professor filósofo angolano, Filipe Vidal. A mediação da conversa ficou por conta dos filhos da casa: a historiadora Elvia Cristina, de Feria de Santana, Bahia; da jornalista Makota Tembwa Nkulu (Eliane Almeida) de Santos, litoral sul de São Paulo; do jornalista e advogado Tata Kyanzanzele (Guilherme Pontes) residente em Brasília, mas fazendo doutorado em Portugal; e de Walmir Damasceno, de nome africano brasileiro Tata Nkisi Katuvanjesi, direto do solo sagrado do Inzo Tumbansi, em Itapecerica da Serra. O Dia das Mães foi escolhido por ser a África a mãe de todos os seres humanos do planeta, “o útero do mundo”, nas palavras de Taata Katuvanjesi.
Professor e historiador Filipe Vidal tem sido voz muito presente nas redes sociais. Com postura combativa, o filósofo tem trazido informações sobre o continente africano e a intelectualidade existente em África desde muito antes da chegada dos europeus. Retira o véu do romantismo de intelectuais brasileiros que buscam uma África utópica.
Vidal apresenta dados históricos desconhecidos, informações filosóficas que apontam para uma série de mentiras perpetuadas pelos colonizadores na intenção de justificar a violência a qual os povos tradicionais africanos tiveram que enfrentar nos tempos coloniais. De maneira perspicaz, Filipe Vidal traça caminhos que unem a história colonial aos tempos atuais.
“O candomblé praticado no Brasil foi responsável pela manutenção do conhecimento dos nossos ancestrais. Hoje, em Angola, as religiões tradicionais não podem ser cultuadas livremente. Nossos líderes religiosos são perseguidos e considerados bruxos”, explica ele lamentando a força que as religiões europeias têm em seus irmãos angolanos.
Brasil e Angola tiveram suas histórias unidas pela dor da escravidão. Mas são os laços do sagrado que mantém essa união. Essa foi a mensagem central do convidado Filipe Vidal: “os Bankisi e Bankulu permanecem vivos porque o Brasil guardou os segredos sagrados de nossos antepassados”.
Para assistir à entrevista completa, acesse o canal da TV Tumbansi, o Canal da Resistência no link Conversa de Terreiro com Filipe Vidal
