Câmara Municipal de Itapecerica da Serra aprova criação de Conselho de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana

http://inzotumbansi.org/home/wp-content/uploads/2020/12/tambor.jpgCâmara Municipal de Itapecerica da Serra aprova criação de Conselho de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana

Vereadores de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, aprovaram nesta noite(8/12), projeto de Lei nº 1.814/2020, do Poder Executivo Municipal, que dispõe sobre a criação, composição, estruturação, competências e funcionamento do Conselho Municipal de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana — COMUPOAFRICA, cujo objetivo é que o Conselho uma vez instituido, possa trabalhar em defesa de uma questão histórica e cultural, a fim de resgatar e manter uma memória coletiva acerca da luta dos direitos dos povos tradicionais de matriz africana, dever este que também é do Poder Público.
Em sua mensagem ao Legislativo Itapecericano, o prefeito Jorge Costa, entre outras questões, destacou que “o povo brasileiro é um dos povos mais plurais de todo o mundo, pois foi formado a partir da contribuição étnica, cultural e religiosa de praticamente todos os povos. A religião praticada pelos povos e comunidade tradicionais de matriz africana tem suas raízes na África e, a exemplo do que acontece entre outros povos, se estabelece entre nós em profundo sincretismo com as religiões do país, notadamente a religião católica”.
O Chefe do Executivo de Itapecerica da Serra, ao atender uma luta e aspiração do ILABANTUInzo Tumbansi, destacou e reconhece: “por povos tradicionais de matriz africana o conjunto de mulheres e de homens que foram submetidos, compulsoriamente, ao processo de desterritorialização, bem como de desenraizamento material e simbólico, civilizatoriamente falando, de várias partes do continente africano. Nesse sentido, a sociedade tem uma dívida histórica, para com os povos tradicionais de matriz africana, em relação às ações e estratégias que, por mais de quinhentos anos, estão circunscritas no ideário de aculturamento que, de forma contraditória e violenta, destituiu e desconstruiu a ordem e a organização de um povo cuja dinâmica civilizatória transcende a lógica da subjetividade individual. Pode-se afirmar, pela existência dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, muito da nossa brasilidade foi preservada. Como qualquer forma de crença, os povos e comunidades tradicionais de matriz africana devem ter a mesma possibilidade de participação social na nossa Sociedade e devem ter o seu espaço para manutenção da nossa pluralidade”, reafirmou Jorge Costa.
Por sua vez, Tata Katuvanjesi(Walmir Damasceno), coordenador do ILABANTU, e dirigente tradicional do Terreiro de Candomblé Inzo Tumbansi, destacou que “a instituição do Conselho teremos ganhos significativos no sentido de ressarcir os danos psicológicos, materiais, sociais, políticos, educacionais sofridos pelos povos e comunidades tradicionais de matriz africana e pelas populações de ascendência africana, iniciando uma política de diálogo e discussão, definição e encaminhamento de políticas para esta população e no reconhecimento, de que qualquer instrumento que se pretenda reduzir os desequilíbrios no ordenamento das políticas que digam respeito à inclusão do Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e que se traduzam em igualdade de oportunidades e de afirmação civilizatória em busca da equidade em todas as esferas dos organismos governamentais e da sociedade”.

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  1. 9th dezembro 2020 | Elizabeth Aparecida João says:
    Parabéns, que este conselho tenha a luz e a energia dos nossos ancestrais!