Muxinji Ia Tumbansi

Projeto pedaço de terra

Ubekelu (Apresentação)

Motivados pela necessidade de construir uma identidade afro-descendente na região metropolitana sudoeste da Grande São Paulo, precisamente no município de Itapecerica da Serra, apresentamos este Muxinji Ia Tumbansi, que na língua kimbundu/kikongo quer dizer: Projeto Pedaço de Terra, do Inzo Ia Tumbansi Tua Nzambi Ngana Kavungu, Terreiro de Candomblé de Matriz Angola-Kongo (Bantu), dirigido e organizado pelo Tata Katuvanjesi – Walmir Damasceno, formado em Comunicação Social com especialização em jornalismo e jornalista de profissão, sacerdote de candomblé de matriz angola-kongo, um dos mais respeitados dos sacerdotes de candomblé do Brasil, no intuito de oferecer a população de uma forma em geral, a oportunidade de desmascarar a problemática que acompanha a trajetória das contribuições africanas em solo brasileiro, ou seja, a mazela da “europeização”, ou “ocidentalização” do pensamento africano, assim como as distorções intelectuais de valores étnicos e culturais de afro-descendentes.

O Muxinji Ia Tumbansi almeja informar e ensinar através de uma linguagem e formas simples, crítica e didática os fenômenos que povoam o campo imagético dos membros, seguidores, adeptos e fiéis participantes do Terreiro, que são os principais atores desta epopéia, contudo, devemos elevar este conhecimento, oferecendo cursos práticos e palestras objetivando: avaliar, registrar, certificar e profissionalizar todo aquele envolvido no projeto.

Kua Muxinji Tumbansi (O Projeto Pedaço de Terra)

De acordo com a lei “10639” de 2003. Diz Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, membro do Conselho Nacional da Educação e Redatora do Parecer que acrescentou o tema à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). “Deverá ser necessária à inclusão da história africana e afro-brasileira nas escolas públicas, que possa, assim, valorizar e pesquisar as diversas manifestações culturais da África e do Brasil”.

Justificativa

Após evidenciar a formação periférica e afro-descendente dentro da história da formação do povo e da sociedade, o nosso trabalho objetiva elucidar, formar, profissionalizar e certificar agentes capazes de transmitir a cultura e a “etnicidade” de valores Negros que se perderam na diáspora, notadamente os praticantes e vivenciandos das tradições afro bantu.

Publico Alvo

Professores, agentes comunitários, artistas populares, dirigentes de ensino e pessoas afins. Para cada curso será aberta as inscrições públicas e as pessoas interessadas deverão preencher uma ficha de cadastramento informando dados pessoais e declaração escolar.

Objetivo especifico

Elaborar atividades que possam levar os envolvidos à reflexão da etino-diversidade em solo brasileiro, além de elevar a auto-estima e a tolerância de afro-descendentes habitantes de Itapecerica da Serra, para com suas origens culturais ainda desconhecidas por parte da população.

Procedimentos

Efetuar cursos práticos e palestras para grupos de no máximo 20 pessoas para cada curso, numa linguagem simples com utilização de textos(apostilas), seminários, filmes de vídeo K7 proporcionando um melhor entendimento dos participantes.

Avaliação

A avaliação será contínua, no entanto, dependendo do público alvo será realizado um trabalho de cunho formal podendo ser:

  • Ensaio monográfico;
  • Resenha crítica;
  • Atuação cênica;
  • Painéis expositivos;
  • Peças artísticas;
  • Produções literárias etc.

Cronograma

O cronograma dependerá da disposição material e dos instrutores envolvidos no Programa, no entanto, podemos constituir ainda o seguinte quadro simplificado de outros temas trabalhados no Muxinji Ia Tumbansi.

Maganza Mutadiami – Mauricio F. Santos, Professor de lingua inglesa e história da cultura africana e afro-braisleira, mona-diala mukixi diá Inzo Ia Tumbansi, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos da Inzo Ia Tumbansi.

Objetivo Geral

O Muxinji Ia Tumbansi tem a finalidade de envolver a comunidade quanto à importância e a contribuição das culturas africanas na sociedade, implantando no espaço-sede social da Dianda Inzo Ia Tumbansi Tua Nzambi Ngana Kavungu, localizado a Estrada de Itapecerica, número 5205 – Jardim Campestre, município de Itapecerica da Serra, no estado de São Paulo, Brasil, em oficinas culturais e cursos que possam ligar diretamente e população no aprendizado e desenvolvimento de atividades como:

1. Trança Africana: tradição que inspira-se na arte africana de trançar os cabelos. Num país campeão de miscigenação como o nosso, a variedade de tipos de beleza é enorme e o que não falta é inspiração. Dos negros africanos, vêem as elegantemente gráficas tranças nagô, arte feita com fios de cabelos, trazida pelos africanos na época do Brasil colonial. As ondas de imigrantes que chegaram por aqui, como os japoneses, nos ensinaram a beleza dos cabelos escuros, pesados, lisos, como o dos índios. Vendo os europeus, aprendemos a desejar os finos fios cor-do-sol e suas ondas suaves. Da mistura de portugueses, negros e índios, surgiu a brasileira típica – perfeita Gabriela -, com seus cabelos cheios de cachinhos sensuais – aliás, totalmente na moda.

Este curso será ministrado de forma prática e teórica uma vez por semana pelas profissionais em cabelos étnicos Claudia e Taty, com carga horária de seis horas/dia.

2. Linguas Africanas: Há muito mais da África na língua falada no Brasil, é o que supõem os acadêmicos que estudam o português formal. Invisíveis perante estudiosos durante séculos, os falares africanos impregnaram o português arcaico, a ponto de palavras originárias dessas línguas serem usadas no dia-a-dia sem que a elas se dê o crédito devido, inclusive nos dicionários.

O português é africanizado principalmente por conta da influência das línguas de origem bantu (ou banto) – região da qual foi retirada, à força, a maior parte dos negros escravizados que para cá foram trazidos nos primeiros séculos da Colônia. Calcula-se em torno de 1.900 línguas primárias na África, agrupadas em quatro famílias lingüísticas, segundo estudos de Joseph Greenberg (1955): afro-asiática; nilo-saariana; coissã e niger-congo (estas duas últimas em territórios abaixo do Saara). São dois grupos de línguas: as oeste-africanas (do Senegal até a Nigéria) e o banto (território subequatorial).

Certamente que as línguas de origem iorubá também estão presentes nos falares, mas se concentram, sobretudo, no domínio afro-religioso e em Salvador-Bahia (ebó; ialorixá…). Porém, esse traço lingüístico, por ser muito mais recente do que o banto – os africanos iorubás foram trazidos para cá 200 anos depois que esses primeiros – não teve a mesma influência que esta primeira na formação da língua falada no Brasil.

3. Toques de Atabaques: Curso de percussão (toque de atabaques/tambores) para crianças e adultos.