ECOBANTU é realizado com sucesso em São Paulo

ECOBANTU é realizado com sucesso em São Paulo

São Paulo/ SP – Sexta-feira, dia 23/10, a Galeria Olido – Edifício-Sede da Secretaria Municipal de Cultura, centro da Capital paulista recebeu povos de terreiros em uma ampla reflexão no III ECOBANTU – ENCONTRO INTERNACIONAL DAS TRADIÇÕES BANTU NO BRASIL. O encontro deste ano contou com a presença de gestores, operadores de cultura e dos direitos humanos, educadores, professores, pesquisadores, lideranças de povos e comunidades tradicionais de matriz africana e interessados em geral na discussão “a revalorização dos aportes culturais dos africanos e seus descendentes na construção e formação do Brasil e América Latina”.

ecobantu_001Walmir Damasceno – Taata Nkisi Katuvanjesi

O governo brasileiro e a Organização das Nações Unidas (ONU) lançaram oficialmente no país a Década Internacional de Afrodescendentes, um reconhecimento da ONU de que não é fácil a vida dos 200 milhões de descendentes de vítimas da escravidão ou imigrantes mais recentes de africanos que vivem nas Américas.

O Ecobantu e quem esteve

O Ecobantu, que contou com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Secretaria Municipal da Igualdade Racial, Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, mandato do vereador Toninho Vespoli (Psol/SP), e da deputada Leci Brandão (PCdoB/SP), e em pareceria com a Associação de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana Katina da Silva, do líder Jeferson d`Ògún, foi aberto às 11h00 em um cerimonial formado pelo egbomy Felipe Brito de Obaluayê, e a militante do movimento negro Zélia Lucas Patrício, a mesa, presidida por Taata Katuvanjesi – Walmir Damasceno, coordenador nacional do ILABANTU, movimento de articulação politica e fortalecimento dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, foi composta por autoridades politicas e gestores nas suas várias esferas de governo, integrada por Cida Abreu, presidenta da Fundação Cultural Palmares e representante do Ministro da Cultura, Juca Ferreira; Dênis Rodrigues da Silva, diretor de Projetos da Secretaria de Politicas para Comunidades Tradicionais – Secomt, que representou a Ministra de Estado do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes; Secretário Municipal de Cultura, Nabil Bonduki; Secretário Municipal de Igualdade Racial, Mauricio Pestana, representando o Prefeito Fernando Haddad; Antonio Pinto, diretor de Projetos Especiais e Cidadania da SPTuris; Marco Antonio Zito, presidente do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra; vereador Toninho Vespoli; Eliane Dias, coordenadora do SOS Racismo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; deputada estadual e sambista Leci Brandão (PCdoB/SP); bàbà Mario Filho, Oficial-Major da Policia Militar do Estado de São Paulo. Entre falas e saudações dos participantes da mesa de abertura, sempre inspiradoras, destaca-se do Secretário Municipal de Cultura, vereador licenciado Nabil Bonduki, e do Secretário Municipal de Igualdade Racial, jornalista Mauricio Pestana, ambos com o desejo de implementar ações que dê visibilidade aos povos e comunidades tradicionais. Após várias abordagens, ocorreu a primeira intervenção cultural pela cantora Cellia Nascimento e sua banda. Tata Taua, presidente da COBANTU celebrou os ancestrais entoando um cântico sagrado Pembelê, energizando o ambiente já harmonioso. Durante o encontro, era comum ver os presentes cumprimentando toda equipe do ILABANTU, pela importância do Projeto e a realização do ECOBANTU, sempre tecendo comentários positivos e elogios em função da boa organização e realização do evento.

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ecobantu_010Sambista e Deputada Estadual Leci Brandão (PCdoB)

Para além das tradições congo angola

ECOBANTU deste ano foi para além das lideranças de terreiros de candomblé congo angola, sendo prestigiado por representantes de outros grupos étnicos africanos, como bàbà Ofanirê, presidente das Águas de São Paulo; Mãe Rosane de Iansã; Íyà Wanda de Oxum, do Ilê Ia Mi Oxum Muiwa e presidente do Afoxé Ile Omo Dada; integrantes do Axé Batistini; Mogba Sidney de Xangô, presidente do Movimento Mestres e Maestros; egbomy Conceição Reis de Ògún, coordenadora estadual do Intecab em São Paulo; Doné Oyassi e Togum; Nochê Sandra de Xandantã; convidados especiais de Brasília, Mam`etu Carmem de Hongolo e seu esposo, o Taata Paulo, e significativas lideranças como Taata Efamim Ia Lemba, o Tenente e Engenheiro da Aeronáutica, Alex dos Santos Gabiatti, coordenador do ILABANTU no Estado do Rio de Janeiro, e Taata Naruoxi, Carlos Kavungu (Kupapa Nsaba), representaram os povos e comunidades tradicionais de matriz africana carioca. Do continente africano, a ex-deputada da Assembleia Nacional ex-ministra da Cultura de Angola, professora doutora Ana Maria de Oliveira – Antropóloga, Educadora Social; Judith Luacute, angolana e impulsionadora das culturas tradicionais africanas; o escritor e promotor de Direitos Humanos, João Canda. Para a maioria dos participantes, o evento foi um ineditismo na história das culturas tradicionais de matriz africana em São Paulo e no Brasil. Ao Taata Katuvanjesi, coube ainda a responsabilidade de representar o bàbàlòórisà Aristides Mascarenhas, o pai Ari d`Ajagunã (Afonjá), presidente da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab, Salvador-Ba), impedido de viajar por questões de ordem médica, abriu um parêntese e homenageou lideranças de candomblé e umbanda presentes ao evento com Comenda Olorún Eledá, a maior distinção que entidade do candomblé baiano confere anualmente ao “povo-de-santo”.

ecobantu_009Núcleo de Artes Afro brasileiras (USP)

ecobantu_008Kuxika ria Ngoma do Nzo Tumbansi

ecobantu_006Grupo de Maracatu Alabê

No período da tarde, o produtor cultural e cineasta angolano, Aristóteles Kandimba, bisneto do Rei Kandimba, do Bailundo, coordenou a Mesa III – “Cantos e falas Bantu contemporâneos”, integrada por Mauricio Mutadiamy Luandê, Taata Nkisi e professor da rede estadual de ensino de São Paulo, que abordou sobre a educação para povos de terreiros; Judith Luacute – “O Kimbanda kâmbia: medicinal convencional x medicina tradicional”, “As Tradições de Matriz Africanas Meio Editorial Contemporâneo Desafio e Possibilidades”, teve como convidados, João Pedro Canda, escritor, promotor dos Direitos Humanos e Cidadania; Gestor de Projeto da Editora Brasil/Angola e Isidro Chiculo Sanene, artista plástico e escritor Angolano; a jornalista cubana María Ileana Faguaga Iglesias, versou sobre “Povos Bantu: Formação e Construção das Sociedades Latino Americanas e Caribenhas”. Fechando esta mesa com a participação do professor e pesquisador Patrício Carneiro, “Nkisi na diáspora: raízes bantu no Brasil.

O evento foi encerrado com fala de Hédio Silva Junior, professor doutor, advogado, que discorreu sobre “Ódio racial, tática de uma sociedade ultraconservadora?” e do embaixador angolano Joaquim Augusto Belo Barroso Mangueira, Cônsul Geral em São Paulo, que representou a comunidade diplomática no Brasil, e enfatizou os laços históricos Brasil/Angola e a parceria de trabalho com o ILABANTU.

ecobantu_004Cantos e falas Bantu contemporâneo: Aristóteles Kandimba, João Pedro,
Maurício Ferreira dos Santos, Isidro Sanene e Judith Luacute.

Dia 14/11, na sede do ILABANTU/Nzo Tumbansi, em Itapecerica da Serra/SP, será realizada reunião de avaliação a fim de concentrar esforços com especial interesse na preparação do IV ECOBANTU, que deverá ser realizado no Rio de Janeiro.

Povos de Terreiros foram homenageados pela antiga Federação Baiana do Culto Afro Brasileiro

Lideranças de candomblé que foram homenageadas com a Comenda “Olorún Eledá”, encabeçada por Mãe Juju de Oxum, Baba Jorge de Oxóssi, Jorge de Amorim, irmão de Mãe Juju, que se encontra em São Paulo; Mãe Ada de Omolu; Iya Wanda de Oxum; Iyá Luizinha de Nanã, Asé Batistini; Nochê Sanda de Xandantã; Mam`etu Sessi Kaxi, herdeira e sucessora do saudoso Joãozinho da Goméia; Iyá Daniele de Oxum, Iyá Egbé do Batistini; Iyá Carmen d`Osun e Baba Karlito d`Osunmarê, Ile Ola Omin Axé Opô Araká; Doné Lourdes Togum; Taata Tauá; Mam`etu Carmen de Hongolo, Brasília; Tata Muxiki Afaroai; Iyá Ana de Ògùn – Asé Ojú Onire; Ofanire Ologunede; Mam`etu Kissuanga, São Vicente, litoral sul paulista; Bàbá Celso d`Osalá; Mãe Rosane de Iansã; Bàbàlòórisà Francisco d`Osùn; Bàbá Carlinhos d`Oyá; Tata Katulemburanji; Bàbá Katembuká; Tata Kialeji, José Raimundo de Nkosi; Bàbá Mario Filho (Oníwindé Ifáṣọlá Ifárinú Olúsọjí Oyékàlẹ̀; Mam`etu Samba Diamaza – Mãe Arlete, de Porto Alegre; Mam`etu Diaminoyá; Babá Marcelo de Ologunede – Santos (SP); Mam`etu Korajacy, Montemor, região de Campinas; Mam`etu Dango, Hortolândia/SP; Bàbá Moacir d`Sangò – Campinas; Doné Oyassi; Mãe Neinha de Nanã; Pai Tonhão de Ogum; Pai Flávio de Iansã; Iyá Gabriela de Omolu; Iyá Sessu; Mam`etu Oyajidê, Pulqueria Albuquerque – Terreiro de Candomblé de Santa Barbara (o primeiro Terreiro de Candomblé de São Paulo); Egbomy Conceição Reis d`Ògún, coordenadora estadual do Intecab/SP; Bàbà Tony d`Ogún; Tata Aidan Silewá; Tata Nkisi Naruoxi; Tata Dagumbira, Jair Donizete; Mogba Sidney de Xangô, presidente do Movimento Mestres e Maestros; Pai Rodney de Oxóssi; Pai Sérgio de Oxum, Guarulhos; Mãe Silmara de Iemanjá; Mam`etu Kissamburê; Mãe Sueli de Oxum; Tata Efamim Ia Lemba, do Rio de Janeiro.

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Representando as Autoridades Tradicionais de Umbanda, o Pai Cassio de Ògùn e Juventude de Umbanda e Candomblé, respectivamente, Isabela Cardoso e Makota Mujikwele.

Keza Dia Nzambi – ASCOM/ILABANTU

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