Encontro entre SAMBA TOMBA Justes Axel e a Altíssima e Seríssima Casa do candomblé Congo Angola NZO TUMBANSI do Tata Nkisi Katuvanjesi no Brasil

“A força dum povo vem da Cultura dele” diz um provérbio congolês. Em outras palavras, é a cultura, a tradição que dão a vitalidade, a vida, a criatividade, e a visão a um povo nos todos os lugares do mundo. Sem cultura ou tradição, o povo não pode se desenvolver. Com efeito, eu sou SAMBA TOMBA Justes Axel, aluno congolês (República do Congo ou Congo Brazzaville) graduado em História com especialização em História do Reino do Kongo Dia Ntotila e história da Civilização Bantu na África Central e nas Américas da Universidade Marien Ngouabi de Brazzaville. Fiz o primeiro ano do mestrado em História e Civilizações Africanas na mesma Universidade antes de chegar para cá.

Lá no Congo, eu sou membro da UNEAC (União Nacional dos Escritores e Artistas congoleses), pois eu sou escritor com a publicação do meu primeiro romance atualidade ” Les Realités Africaines” (Realidades africanas) publicado na França à edição francesa do Net após ser prêmio de La journée du Manuscrit Francophonie em Outubro de 2014. O mesmo livro foi publicado na Edição Francesa Edilivre em novembro do mesmo ano sub título “Les Chroniques Africaines”. As duas versões estão vendidos on line no site das duas edições.

Sou também membro da Cruz Vermelha Congcentro (CRC) desde Janeiro do 2013 como voluntário.E dei aulas de inglês como monitor num centro aprendizagem de inglês. Do ponto de vista das origens, sou Bantu do grande grupo étnico Kongo, da etnia Lari oriundo da Departamento do Pool (localizado no sul leste da República do Congo, região que antigamente pertenceu ao Poderoso Reino do Kongo dia Ntotila).

Então nas minhas pesquisas em História no Congo, eu trabalhava sobre o Poderoso Reino do Kongo Dia Ntotila e ao mesmo tempo sobre o comércio Transatlântico dos Bantu nas Américas, sobretudo o Brasil e o mundo hispânico. Meu foco na história dos Bantu no Brasil se explica por o número importantíssimo dos Bantu que chegaram no Brasil. O Brasil foi o principal importador dos Bantu durante o comércio Transatlântico nos quatro séculos (XVI XIX) e os Bantu representam 75% (segundo profa Yêda Pessoa de Castro, “Falares Africanos na Bahia:um Vocabulário Afro brasileiro”, Editora e Distribuidora dos Livros, Ltda., Rio de Janeiro,2005) da toda população Negra, o maior grupo dos Africanos e o primeiro grupo africano a encontrar os índios. E as sobrevivências culturais Bantu são mais fortes e coerentes no Brasil como o samba, candomblé Congo Angola, Capoeira e as bases científicas estão concordatas. O que diz o antropólogo brasileiro Nina Rodrigues e a antropóloga francesa Stefania Capone  « Entre Yoruba et Bantou », Cahiers d’études africaines [En ligne], 157 | 2000, mis en ligne le 02 janvier 2000. URL : http://etudesafricaines.revues.org/3,), que os Yoruba tiveram uma cultura pura e forte, é uma pura imaginação, opinião pessoal errada sem base científica nenhuma.

Nesse sentido das pesquisas sobre as sobrevivências culturais religiosas Bantu no Brasil no candomblé Congo Angola me levaram a estudar para cá a opção de Antropologia. E como a antropologia precisa das pesquisas de campo, nessa perspetiva, descobri pela internet a casa NZO TUMBANSI do candomblé Congo Angola de São Paulo.

Os motivos que me levaram a escolher NZO TUMBANSI é que: em primeiro lugar a organização do NZO TUMBANSI é excepcional e é a primeira vez de ver uma tal casa do candomblé na medida em que dentro dessa casa, existe uma estrutura da preservação, da promoção da cultura Bantu que é ILABANTU (Instituto Latino Americano das Tradições Bantu) que é um apoio, guia dos rituais na casa.

Em segundo lugar, dentro do NZO TUMBANSI, tem ECOBANTU (Encontro Internacional das Tradições Bantu) que é uma conferência Internacional que reúne os representantes Afrodescendentes culturais Bantu de alguns países da América Latina. Eu acho que é uma boa iniciativa, pois o mundo de hoje é um mundo da diversidade, de compartilhar conhecimentos, de troca de experiências, e dos conhecimentos. E ECOBANTU é uma troca das experiências entre gente da mesma família, origem que é Bantu mas dos lugares diferentes,o que é um acidente de história (Comércio Transatlântico).

Em terceiro lugar é que a casa NZO TUMBANSI do pai de santo até aos filhos de santo, tudo mundo fala do retorno às fontes ancestrais em África Central para revitalização das tradições Bantu no candomblé Congo Angola do Brasil como testemunha a viagem do Tata Nkisi Katuvanjesi em Angola na corte do rei dos Umbundu, Bailundo, Angola Ekukui V. Isso é um pensamento legal, pois retornar às origens é uma tomada da consciência da identidade africana, pois a cultura Bantu das Américas é um ramo das raízes da cultura mãe Bantu de África Central. Tudo que existe como rituais no candomblé Congo Angola não é uma pura invenção dos ancestrais africanos daqui. São rituais que vêm de Africa que obedecem a uma lógica dada e que para acidente de história chegaram para cá, e como agora, não existe mais a escravização que pediu os Afrodescendentes para voltar na África, de repente é lógico que hoje os Afrodescendentes voltam na África para se revitalizar e introduzir os elementos rituais que faltam aqui como as máscaras que são de grande importância na cultura Bantu durante as cerimônias.

Para mim, encontrar NZO TUMBANSI é achar um grupo dos Afrodescendentes que tem ainda os pensamentos de retorno às fontes ancestrais, uma consciência altíssima da identidade Bantu, sobre os direitos históricos no Brasil, que é também minha visão, NZO TUMBANSI tem uma visão de construir uma ponte Cultural no Atlântico entre duas abordagens da Cultura Bantu apesar o meio ambiente poluído dos preconceitos raciais e da luta interna entre os diferentes grupos africanos, o caso dos Yoruba que gostam de falsificar a história pretendendo por arrogância ser superiores, enquanto existe nenhum sinal da superioridade nas tradições deles.

NZO TUMBANSI nos seus valores, sem fazer louvação da glória duma casa, é uma das únicas casas que ainda tem ideias do retorno à mãe ancestralidade africana de África Central e que quer dar a cultura Bantu seu lugar histórico e inicial nas filas culturais do Brasil.

Eu sou membro dessa casa, ao mesmo tempo pesquisador sobre as tradições Bantu dentro e dar também apoio a essa casa na sobrevivência da nossa cultura. Eu tenho muito orgulho para encontrar NZO TUMBANSI do Tata Nkisi Katuvanjesi.

É um encontro dos africanos e dos afrodescendentes, todos da mesma raiz Bantu.

Matondo ma mingui kwé Nzambi A Mpungu bo ka tu vukassé e bo ka to yabamé mu mpindu e na ngolo zandi (muito obrigado a Deus supremo para nós juntar e para nos cobrir de seus mistérios e poder). Bo telé bo ndembolo kuani, é kassukulu esa (Dizendo isso, eu acabo, ponto final).

SAMBA TOMBA Justes Axel

Membro e filho da casa NZO TUMBANSI
Pesquisador do Grupo de Pesquisa ​Multi-Institucional ​África​s (UERJ)
www.grupoafricas.wix.com/site
Membro pesquisador da ABPN
Membro pesquisador do Grupo Sankofa/INFES/ UFF
Membro do laboratório  LéAfrica (UFRJ).