Ministra da Seppir se reunirá com Comitê Coordenador da visita do Rei Bantu ao Brasil

Ministra da Seppir se reunirá com Comitê Coordenador da visita do Rei Bantu ao Brasil

São Paulo/SP – Aumentar a conscientização das sociedades no mundo quanto ao combate do preconceito, da intolerância, da xenofobia e do racismo. Este é o objetivo da Década Internacional dos Afrodescendentes, criada por resolução da Assembleia Geral da ONU no dia 23 de dezembro último. Com o tema “Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”, a Década começou ser celebrada de 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2024.

A visita do Rei do Bailundo, região do planalto central de Angola, Armindo Francisco Kalupeteca “Ekuikui V”, a Rainha Joaquina Kassueka Tauape e comitiva, que estarão no Brasil a partir do dia 4 de abril deste ano, será um fato histórico certamente fará parte da celebração do decênio, sendo um evento aguardado com grande expectativa por povos e comunidades tradicionais de matriz africana e do movimento negro brasileiro.

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Organizações representativas do movimento negro brasileiro e de povos e comunidades tradicionais de matriz africana, como ILABANTU (SP), CENARAB/CONEN (MG), AFROCOM (DF) e ACBANTU (BA) organiza a visita oficial do Rei do Bailundo ao país e na opinião dos lideres Walmir Damasceno, Makota Celinha Gonçalves, Patrícia Zapponi e Taata Konmannanjy, a ação “conforma um fato histórico para o Brasil e para os povos negro-africanos do mundo por diferentes razões, entre elas, o ineditismo da presença de um rei tradicional Bantu no país – que já recebeu visitas de reis dos povos Iorubás e Jêje (tronco Ewé-Fon), mas nunca antes contou com a presença de uma autoridade tradicional do povo Congo-Angola (como ficaram conhecidos os povos Bantu no Brasil a partir das suas tradições de matriz africana perpetuadas nos Terreiros, considerados espaços de acolhimento, proteção e ressignificação da vida) – e por reescrever parte da história de desterritorialização e rupturas a que foram sujeitos povos africanos no período da escravidão colonizadora das Américas, onde se afirma que o Brasil tenha sido o país a receber o maior número de escravizados africanos e cuja maioria pertencia aos povos Bantu.

Entre descendentes de povos Bantu que marcam, a partir do Brasil, as lutas dos povos negros no mundo, estão Zumbi dos Palmares e Ganga Zumba, mas cujas origens são, em grande parte, desconhecidas pela maioria do povo brasileiro”, sentenciam.

Em um momento de implementação de políticas de reparação no Brasil – como políticas de ações afirmativas e de revitalização e incentivo à criação de marcos das culturas material e imaterial dos povos negro-africanos, entre outros – locais significativos na história do país e que são de marcada presença bantu serão visitados pelo Rei do Bailundo e sua comitiva.

Entre eles, o Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga (Alagoas); o Cais do Valongo, que integra Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana do Rio de Janeiro; o Quilombo do Cafundó no Vale do Ribeira em São Paulo; os Terreiros de matriz congo-angola em Salvador, o Terreiro de Matamba Tombensi Neto (casa de cultura tradicional angolana fundada em 1885 na periferia de Ilhéus, sul da Bahia); além de sítios históricos no estado de Minas Gerais, localidade de incomensurável presença bantu-angolana.

Entre os grupos que tem realizado articulações para receber o soberano do Bailundo e sua comitiva estão autoridades tradicionais de povos de matriz africana, autoridades do governo, ativistas do movimento negro, além de acadêmicos e pesquisadores de distintas universidades e centros de pesquisa brasileiros.

Ação chamou a atenção da Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Politicas de Promoção da Igualdade Racial – Seppir/PR, professora Nilma Lino Gomes, que agendou uma reunião de trabalho para o dia 10 de março próximo, às 10h00, em seu Gabinete, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com membros integrantes do Comitê Coordenador e Organizador Nacional da visita do Rei do Bailundo ao Brasil a fim de que o Governo Federal possa empreender esforços com especial interesse no sentido de que o evento possibilite a oportunidade para que se possa compreender o legado africano e a sua importância na formação e construção da sociedade brasileira.

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