Consulesa da França no Brasil confirma visita a comunidade tradicional de matriz africana

Consulesa da França no Brasil confirma visita a comunidade tradicional de matriz africana

Visita proporcionará encontro de povos e comunidades tradicionais

Alexandra-LorasConsulesa da França, Alexandra Loras

Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana objetiva identificar desafios e ações de enfrentamento ao racismo, considerado inimigo comum e refletir sobre a necessidade de se estabelecer estratégias articuladas de resistência frente a tanta violência sofrida por povos e comunidades tradicionais de matriz africana, os povos de terreiros. Este encontro será realizado dia 12 de dezembro deste ano, a partir das13h00, na sede do ILABANTU/Nzo Tumbansi, a Rodovia Armando Salles, 5205, Recreio Campestre, Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo.

“Nos organizamos em torno da luta pela garantia de nossos territórios e em defesa do direito de continuarmos vivendo de acordo com o modo que escolhemos para viver que busca promover o desenvolvimento sustentável, com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia de direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito e valorização à nossa identidade, formas de organização e instituições”, disse o idealizador e impulsionador do Projeto, Taata Katuvanjesi – Walmir Damasceno.

O evento do Ilabantu, organização de fortalecimento político-institucional de povos e comunidades tradicionais de matriz africana, receberá além de lideranças do “povo-de-santo”, uma visita especial, a consulesa da França no Brasil, Alexandra Loras, que confirmou presença e prepara-se para visitar pela primeira vez uma Comunidade Tradicional de Matriz Africana, o Terreiro de Candomblé.

A jornalista Alexandra Loras, que é casada com o Cônsul-Geral da França em São Paulo, Damien Loras, visita o Terreiro Inzo Tumbansi no momento em que se abre ampla discussão do enfrentamento ao racismo. Seu destacado engajamento em projetos sociais despertou interesse em visitar o Terreiro de candomblé de tradição congo angola da variante bantu, onde Alexandra será a responsável por uma fala magistral aos povos de terreiros presentes ao evento.

Alexandra vai dividir sua história de experiências extremas com o público. Na revista Marie Claire de outubro, a consulesa conta como é ser a única filha negra, entre cinco filhos, de uma mãe de família parisiense, aristocrata, milionária e com valores conservadores; e a perda de dois filhos na gravidez antes de dar à luz um menino loiro. Ela também fala sobre a vida no Jardim Europa, bairro nobre da capital paulista, o preconceito sofrido pelas socialites e as visitas que faz às presidiárias francesas nas cadeias paulistanas.

00a6ee86Alexandra Baldeh Loras, cônsul-geral da França no
Brasil, Damien Loras e Rafael, de 2 anos e meio

Alexandra Loras trouxe à tona um tema urgente e tão latente no Brasil: o racismo. Recentemente, Alexandra, vestida de branco, em entrevista a Jô Soares, levantou a questão das babás se vestirem de branco como se fosse um “dresscode” ou um uniforme para babás no Brasil, o que acaba por segregar e diferenciar a babá dos demais membros da família.

Em seguida, faz um paralelo citando o mundo como se tivesse sido formatado apenas com referências negras, os cientistas, inventores, filósofos, intelectuais e outros, onde até mesmo Deus fosse negro. Na TV, as personagens fossem negras, as princesas fossem negras e as únicas referências aos brancos, fossem bem superficiais e referentes à escravatura, apenas.

Com essa dinâmica, Alexandra mostra o outro lado da história e como, em nossa mente, somos formatados a aceitar que o bom é feito por brancos e o ruim, por negros, sempre atrelados a personagens sem escrúpulos, bandidagem, amantes, etc.

Mostrou ao público que, apesar de serem humilhantes, as cotas são a única forma de reequilibrar as oportunidades. Não se trata de uma questão fixa, mas uma questão passageira, uma transição. Alexandra Loras mostra, ainda, que o que é mais importante hoje, é resgatar a identidade dos negros com referências positivas e importantes para a história do mundo, de forma que eles possam voltar a acreditar em si, em seus potenciais e buscarem meios e oportunidades de encontrarem seus talentos, de fazerem a diferença, ao invés de ingressarem na criminalidade.

Esse reforço vem, por exemplo, através do livro Gênios da Humanidade, escrito por Alexandra Loras em parceria o historiador Carlos Machado, que será lançado em fevereiro, falando de grandes figuras negras da História, como inventores, cientistas, escritores, intelectuais, filósofos e outros.

SERVIÇO:

Dia 12/12/2015
Horário: das 13:00 às 20:00 horas
Local: Rodovia Armando Salles, 5205 – Recreio Campestre – Itapecerica da Serra/SP
Informações:
(11) 9 9339.1977 – (11) 9 4701.2106 – (11) 4321.6572 – (11) 4165.4333

ASCOM/ILABANTU

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