Conselho da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Unifesp aprova concessão de titulo de Doutor Honoris Causa a Tata Katuvanjesi

Conselho da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Unifesp aprova concessão de titulo de Doutor Honoris Causa a Tata Katuvanjesi

Conselho da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Unifesp aprova concessão de titulo de Doutor Honoris Causa a Tata Katuvanjesi

O Conselho de Extensão e Cultura (COEC), da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de São Paulo (PROEC-UNIFESP), presidido pela professora Débora Galvani, aprovou hoje (21/9), por unanimidade, a concessão do título de doutor honoris causa ao Tata Katuvanjesi (Walmir Damasceno), proposta apresentada pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros – Neab. A Unifesp, instituição de ensino superior pública brasileira localizada no estado de São Paulo rompe desafio a outorgar este título a uma autoridade tradicional de Terreiro de Candomblé Kongo Angola. O título é concedido a personalidades eminentes, nacionais ou internacionais, que tenham se destacado nas ciências, nas artes, na cultura, na educação e na defesa dos direitos humanos.
Tata Katuvanjesi, nascido nos porões do casarão da Fazenda Liberdade, zona rural de Barra do Rocha, no sul da Bahia, é líder do Terreiro de Candomblé Inzo Tumbansi, tem se destacado pelo seu trabalho de pesquisas e estudos das culturas bantu, dando visibilidade a marcante presença dessa civilização africana no Brasil e sua contribuição na construção e formação da sociedade brasileira.

Idealizador e fundador do Instituto Latino Americano de Tradições Afro Bantu(ILABANTU), é coordenador geral adjunto do Movimento Federalista Pan Africano para América Latina e Caribe, representante do Centro Internacional de Civilizações Bantu(CICIBA), imortal da Academia de Ciências, Letras e Artes do Estado de São Paulo(ACLASP), tem artigos publicados em conjunto com a professora e doutoranda da UFSB, Kamila Gomes Borges(Roda de Saberes – Chamada de Angola: Caminhos para uma educação pluriversal), ativista na defesa de povos e comunidades tradicionais de matrizes africanas e de terreiros, articulador cultural, palestrante, foi homenageado com o prêmio Zumbi dos Palmares do SOS Racismo, da Alesp, em 2019, por indicação da então deputada estadual Erica Malunguinho. Recebeu homenagens nacionais e internacionais. É uma das lideranças intelectuais de terreiro, políticas e espirituais mais importantes no panorama contemporâneo de defesa dos povos e comunidades tradicionais de matrizes africanas, em particular, os Bantu, da diversidade cultural e dos direitos humanos.
Na reunião do COEC coube ao professor doutor Deivison Nkosi fazer a defesa da candidatura de Tata Katuvanjesi ao título Doutor Honoris Causa. Em seus argumentos sobre os inúmeros feitos de Katuvanjesi, Deivison Nkosi tomou como base o caminho aberto pela nomeação do ilustríssimo David Kopenawa, pontuando o mérito da proposta, destacando razões fáticas do feito. Por uma questão de ações afirmativas e reparações, a Unifesp instituiu a Política Carolina Maria de Jesus propondo inclusão étnico-racial institucional e social de forma efetiva, o desenvolvimento de práticas de interferência no desenvolvimento científico, social e humano dentro e fora da universidade e a potencialização da formação e qualificação pessoal e profissional, preservando a excelência acadêmica.
Neste sentido, o reconhecimento do Tata Katuvanjesi contribui enormemente para cada um desses pontos. Tata vem oferecendo grandes contribuições à preservação e transmissão de saberes tradicionais de terreiro. Autoridade espiritual de uma comunidade de terreiro e portador de saberes tradicionais, é um articulador político, empreendeu luta contra a ditadura, idealizou muitas ações como ecoBANTU, Projeto de mapeamento de Terreiros em São Paulo, rede de divulgação do universo Bantu, TV Tumbansi, Site e outros meios de visibilidades das culturas bantu. Além de tudo isso, ele também tem oferecido grandes contribuições direta a academia a partir de artigos, como MATAMBA, A RAINHA GUERREIRA NO CANDOMBLÉ KONGO ANGOLA, emblemático texto assinado em parceria com Mariana Bracks Fonseca, professora doutora no Departamento de História da África na Universidade Federal de Sergipe, além da participação direta como um dos coordenadores da pesquisa de mapeamento de terreiros.
O pleito agora será submetido a avaliação do Conselho Universitário (CONSU), órgão máximo da Universidade Federal de São Paulo, na sua próxima reunião em data a ser designada pela Reitora, professora Raiane Assumpção.

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